sábado, 20 de junho de 2009

Pululantes

Torrentes de desejos estavam circulando por ali. Existia uma vontade maior que a própria razão. Mas ainda não haviam chegado às vias de fato. Por enquanto, entre goles de uísque e azuis baforadas de cigarros, apenas algumas conversas, amenidades do dia-a-dia de suas vidas. Mas a qualquer momento haveria um estouro, uma concentração tamanha de hormônios, que faria a lava explodir e escorrer para fora dos dois. A carne sedenta de contato, a boca salivando, os olhares em brilho. As palavras em demora de sair, as células querendo toques, o cérebro emanando mais ordens. Qualquer vacilo causará a mais bela das guerras. A mais divertida derrota. O maior e mais gostoso sabor de vitória. Pólvora mandando pelos ares suor e saliva. Mãos perdendo-se entre pernas, braços, barrigas, seios e costas. A qualquer momento...

Um comentário:

Anônimo disse...

Você consegue, em um texto tão sintético, colocar uma cena inteira, e outra que nos faz caminhar além dele. :)

Perfeito!

Beijos e bom domingo

Parte de mim - o que vira escrita...

Os que me olham, me sentem e me acomapanham

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