segunda-feira, 25 de julho de 2011

Só um pouquinho de nada.

Por hoje é só e para todo o resto também. Nem um pouco a mais, nem um pouco a menos e não adianta pedir um pouquinho de nada. Afinal, quem passou a vida toda esperando fui eu, quem sempre teve de dar concessões, aguardar a chegada, não sair de casa, permanecer intacta e lícita às suas vontades fui euzinha, a mulher que você conquistou e reconquistou durante esses anos e que sempre esteve cheirosa e bem vestida para depois você vir [quando vinha] para desnudar ou rasgar as vestes e me possuir de um jeito que só você sentia prazer e um misto de dor e medo de ficar sozinha pro resto da vida, por isso aceitava, eu acho, essa espera toda, esse seu jeito louco de me ter e o meu jeito mais louco ainda de consentir. Mas agora não, percebo que esperar é doloroso, nunca saber se você irá vir; Nunca ter certeza de um futuro troncho e vazio contigo é muito pior do que ficar sozinha e encalhada. Afinal, quando me preparava para você [vir ou não] acabei descobrindo que minhas mãos me dão mais prazer do que aquilo que você tanto ostenta no meio das pernas. Cara, eu pensava que era amor o que eu sentia, mas não, era desprezo a mim, era uma coisa estranha, uma mania de querer sentir dor para esquecer a dor que sempre existiu em mim, a de lutar, de mudar, de aceitar que decidissem sempre tudo por mim, como minha mãe sempre fez e depois meu irmão e agora você. Não, nem mais um pouquinho de nada, nem mais sua mão em cima de minha pele, nem mais uma palavra sua, nem mais a sua cara na minha porta. E não adiantará você me dizer que me ama que não sabe viver sem mim, porque eu definitivamente sei viver sem você e não quero mais essa história de mais um pouquinho de nada.

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Parte de mim - o que vira escrita...

Os que me olham, me sentem e me acomapanham

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