sábado, 31 de julho de 2010

Menino Brilho

Para um certo alguém que no mundo está, longe fica, mas perto sempre está.

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Que mostras que não esconde?

Que escondes que não consegues esconder?

Esse teu sorriso não nega.

Dentro do olhar parece voar, perde-se e segue.

Pouco de ti fica quando não fica.

Muito de ti marca quando deixa.

Mais parece uma noite limpa,

Quando as estrelas dançam e tu sorris,

Porque te encantas fácil,

Porque é bonito mesmo de se ver.

Porque podes ser lua deslumbrantemente cheia,

Podes ser sol, podes ser o que quiser,

Mas só quando tu queres ser.

Rodando, girando, crescendo.

O menino brilho paira onde tudo está,

Tranquilo, fácil, forte, preciso,

Mesmo quando chora parece não perder o sorriso.

Menino homem, encantador de ventos e do tempo,

Seguindo.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Da seca. Do molhar

Secou. Aquela última gota de saliva que restava em minha boca secou. Existe a lembrança de como aconteceu o beijo, o que antecedeu, o que veio depois, tudo está nítido. Mas a saliva secou. Quero-a novamente sobre meus lábios, dentro de minha boca, molhando meu corpo. Quero você ao meu lado, quero ter seu gosto impregnado na minha carne, na minha mente. Quero o sexo, o amor, a confusão de mãos, o entrelaçar de pernas, o riso fácil, o consentimento, a permissão, o gozo. Quero o acordar junto, o café da manhã, o almoço, o jantar, vinho tinto, a transa no tapete da sala, o contato, o ensaboar e roçar dos corpos no box, o lençol pra dois. Quero você.

domingo, 25 de julho de 2010

Sobrevoando

Passada a língua no céu da boca,
respiração fortemente alterada,
suor correndo, escorrendo,
poros dilatados,
olhos entreabertos,
mãos bulinadoras
e os pensamentos voam
percorrem cada pedaço do céu, do corpo, do mel.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Uma certa guerra

Um gosto diferente na boca. Pele escurecida pela fuligem. Aquele fogo, o incêndio interno, a força grotesca que nos leva ao estado primitivo. Chegou a mim como algo simples, mas que crescia à medida que o tempo ia passando. Quando cheguei ao trabalho era tudo um caos e o filho da puta de meu chefe já aos berros. Meu estômago doía e eu precisava me libertar de tudo. O escritório da obra ficava em meio há pilhas de madeira. Não seria difícil atear fogo de forma que queimasse rápido. O dia estava seco, o sol a pino. O maldito chefe nunca saía para almoçar, preferia comer aqueles sanduíches gordurosos, sentado a frente do computador. Vários pontos de fogo ao redor do escritório improvisado e então estava feita minha fogueira, eu começava a queimar meu carrasco. Quanto mais as chamas se alastravam, mais sentia prazer, mais algo extraordinário acontecia dentro de mim. Ele não tinha como sair, eu ouvia seus berros e esses soavam como música para meus ouvidos. As pessoas começaram a correr para tentar ajudar, mas eu só olhava, apreciava a cena. Muita fumaça e cinzas da madeira queimando. O gosto que eu sentia na boca é indescritível. Paz. É isso que sinto agora que tudo se acabou e só restam brasas.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

liberto

Quente
Ardendo pulsando
visceral
apaixonado subindo
riste
suor
saliva
mãos
dentro
primoroso
primitivo levantando
inflamado
gingando solto
preso

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Embalde

O céu se desmanchando sobre tudo, o tempo fechado, a porta fechada. Muita, mas muita chuva sobre o corso do vento que leva correndo. E leva também os pensamentos ao fim de uma estrada engarrafada. A casa no alto do morro toda iluminada, mas parece estar embaçada do ponto em que a vejo. Muita luz vermelha dos automóveis e ainda têm todas elas dentro de mim sinalizando cuidado, perigo. Penso em sair andando, molhando-me todo e escondendo as malditas lágrimas que teimo em segurar. Penso que não sou tão forte como o bicho mais feroz, porque feroz mesmo é a paixão que me arrepia o corpo e parece frio, mas não é, é desejo reprimido, é uma ânsia louca de beijar. Nada de soluções vendidas, dadas, nenhum conselho parece certo e a única coisa óbvia é pensar em você. Por acaso existem flores que brotam no inverno, não, não, não é por acaso. Mexo dentro as coisas em mim caindo, enxurrada, nada mais que percussão tocando de dentro para fora e a vontade de fumar, mas a chuva está debruçada lá fora e apagaria o cigarro. Tudo sem nexo, eu, o trânsito automotivo lunar planetário, o gostar tão dado e não retribuído. Ah! Lembrei que esqueci roupas no varal, nada anda tudo parado e eu tão longe, tão perto e essa distância massacra, há poucos bueiros para escorrer tanta água. Será que o tempo abrirá? Amargosa saudade, adocicada chuvarada. Para onde escoar? Voltei porque me lembrei de certo sorriso. Tanta sede diante de tanto líquido e aquela me disse: Ei, agora entendo o peixe! É igual a você pisciano, risos... que nessa imensidão liquida tem o mundo para se embriagar.”. Mas não quero isso, quero aquilo, aquele amor, a perpetuação do gostar enquanto resistir. Mas ainda estou preso há longa fila de carros, os faróis acesos, as luzes vermelhas ligadas enfurecidas, eu louco, centrado, calado, querendo sair por aí e me perder e me achar

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Solto

Simples
Fato
Adormecido
Vivo
Constante
Feliz
Esperando
Tempo
Muito
Espaço
Desencontro
Busca
Juntar
Querer
Sempre
Ir
Teu
Cheiro
Ficou
Marcou
Espalho
Falando
Calando
Quero
Beijo
Abraço
Junto
Simples
Fato
Adormecido
Desejo

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Passagens, caminhos e o seguir dos trilhos.

Restou a esperança. Hoje percebi que existe sim uma saída, um feixe de luz que possibilita um final diferente. A claridade que tanto me incomodava enquanto despertava pelas manhãs, hoje se mostra calma, indicando o desvendar de alguns pensamentos que me atormentavam. Vela acesa para as orações matutinas e o cheiro de incenso tomando conta do ar. Poderia querer tanta coisa, mas peço paz – não somente a paz no mundo, porque esse pedido também é inevitável – mas o meu desejo maior é a paz dentro de meu coração, que cansado de correr contra o tempo, enche-se de esperanças e deposita neste mesmo tempo a confiança de ter o que quer. Estou exaltado pela gestação de uma vida nova, que não se condena, que não se deixa passar oportunidades – a minha vida. Inteira, daqui por diante. Sinto que tenho uma resma de papel virgem e um mundo de idéias, pensamentos, para escrever um novo rumo de tudo, mas de tudo em que estou envolvido. Existe ordem, inicio, meio e fim. E chego aqui não como uma tempestade de verão que logo cessa, mas como uma terra fértil entre rios, sem guerras. Quero semear o meu fluido pensamento, conceber tudo que for necessário e que é muito. E isso começou ao meu adormecer e hoje ao despertar para a vida, raiava um sol, mas havia nuvens de chuva sobre o mar e logo se formou um arco-íris estampado, mostrando caminhos. Poderia continuar a falar destas coisas, mas até onde elas me cabem e tudo cabe, chega o momento de seguir o curso das águas, de findar o falatório, porque é fato que preciso de atos. Anyway, como diria Caio F.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

terça-feira, 6 de julho de 2010

Teu



Para uma melhor visualização ver pelo Youtube:

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Faites comme chez vous! Notas de passagem. Das terras do rio.


Está inflamado.
Aquele órgão acelerado,
pulsando febre por todo corpo.
Tudo uma questão de estado,
Tudo uma questão de tempo,
Tudo uma questão de amor.
Sorvendo, fervendo, queimando.

Estive nas terras do rio. E eu ria tanto por estar lá. Voltei lá para me achar, para encontrar inspiração de vida, de palavras, de força maior que me mova para onde quero chegar. Divino e infernal. No papel com marca d'água free, escrevi o que transcorria dentro de mim, de meu sangue. Mas não ousei colocar tudo, apenas parte de um todo que corre solto, feito rio, feito vento, feito. E eu caibo dentro do improvável, sou o amor, sou a flor e o espinho também. Experiências que me transmutam, que me fazem fazer dos outros espelhos de melhoria íntima, sem ser abusivo, corrosivo, mas fazendo bem o bem. É fato o ato de se dar, de permitir que como os porcos espinhos no inverno ferrenho a gente se encoste e doe calor, doe amor, doe tudo que for bom. Voltei as terras do rio porque precisava mergulhar no lago, àquele que vive dentro de mim, mas que em certos lugares se torna mais límpido, de águas mais leves. Voltei porque precisava sair do eixo normal demais, do estado cheio de brumas e espumas salgadas. Fui. Voltei. Aqui estou, em casa, com asas, voando baixo, abaixo. Faites comme chez vous!

Parte de mim - o que vira escrita...

Os que me olham, me sentem e me acomapanham

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