domingo, 31 de maio de 2009

Assim

Como a primeira vez.
Como o novo.
Prazer em se ouvir a voz.
Medo de se aproximar.
E vem uma vontade enorme de ver.
E a música que ouço sem parar diz:
"... sonhando com você, sonhando em te rever...".
E vivo nesta busca incessante por você,
para te mostrar o quanto te gosto,
o quanto te entendo e necessito
e o quanto posso te fazer bem.
Inconstante o tempo passa me minha mente:
penso em você ou penso em você?

Dubialidade mesma, sempre. E quando você diz: "Alô!" - eu pareço querer saltitar de emoção e quando você diz: "um cheiro" - daquela forma que só você sabe dizer, eu sinto com toda tensão e felicidade que é você que eu quero, que gosto, sem buscar mais explicações. E continuo na música: "... quando voê não está aqui é sempre noite sem luar, pra mim..."
*
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*
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Citação da música "Quando você não está aqui" de herbert Vianna e Paulo Sérgio Valle.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Desejo

Ações que invadem o corpo.

Pensamentos que transmutam o pensar.

Palavras que saltam à boca.

Olhar que perfura paredes.

Sonho que paira o real.

Riso que sossega o íntimo.

Língua que atenta o beijar.

Conversa que instiga declarar.

Distância que almeja aproximar.

Nome de pronúncia, soletrar.

Noite que se finda clara.

Dia permanece a se ver.

Sono para sempre estar.

Cigarros para ver tragar,

chance de a sós ficar.

Tempo curto só prolongar.

Silêncio tolo para confundir.

Perguntas para sem resposta ficar.

Assim sempre o ir até o voltar.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Eu e os cinco

Sempre fui anunciada por eles como a menina de voz forte e marcante. Em cada apresentação um deles se encarregava de lançar meu nome depois dessa maldita frase. Ruy, Pedro, Luiz, Carlos e Armando. Eles tocavam um blues e um jazz muito peculiar, cheio de ginga, que se ouvíssemos de longe e nesse momento fechássemos os olhos, pensaríamos estar num casebre transformado em bar num certo bairro norte-americano, com muita fumaça de cigarros e muitos negros dentro desse local. Assim os ouvi da primeira vez e nesse mesmo dia pedi-lhes durante o intervalo que me deixassem cantar uma música na segunda parte da apresentação. Depois de se entreolharem me permitiram receosos, afinal não sabiam quem eu era; de onde eu vinha. Subi ao pequeno palco de cimento que ficava no canto do bar e cantei lindamente, sem modéstia nenhuma, a canção Sophisticated Lady que a Billie Holiday interpretou extraordinariamente, e a cada frase que soltava mais as bocas deles se abriam, os poucos expectadores começaram a prestar atenção no quinteto e naquela menina, e eu, ardia em pleno palco. Cantava com todo meu útero, queria deixá-los sem fôlego, sem chão, não foi à toa que os aplausos foram convincentes ao fim da musica. Fui ao bar, pedi uma dose de gim tônica e acendi um cigarro. Algumas pessoas vieram me cumprimentar e eu sentia todos os cinco me olhando lá do palco, tocavam lindamente tentando me fazer prestar atenção, solavam, mas eu nem lhes dava bola. Foi assim que nos conhecemos...

Para continuar lendo o conto ir para o blog: Plínio Gomes

segunda-feira, 18 de maio de 2009

O amor

O principio de tudo. De onde partem as águas que encharcam os vales e os ventos lambem a relva e com os açoites levam as sementes que florescerão em outros lugares ao raiar do sol. Não acreditando nos descompassos da vida, chega o momento de nascer, a mágica sensação de ver brotar, encontrar a luz. Metaforicamente, o amor assim surge. Com o olhar que quebra as cascas do sentimento, o beijo que faz enraizar, os toques que firmam ainda mais a plantinha e o convívio, que aumenta o tamanho, desenvolve os brotos de flores, que dá lugar aos frutos de carinho, de mais amor. A primazia da natureza não se contradiz e mesmo que ervas daninhas surjam ou foices venham lhe cortar as hastes, sempre de rebrotar, reviver o amor.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Outros espaços

Deixando de lado a presunção, que não tenho mesmo, quero apresentar para vocês, que volta e meia me lêem os meus espaços. Além do Zingador que aqui está, tenho em parceria com minha irmã Danielle Freitas o Universo de Retalhos, que é um lugar de poesia e textos livres voltados para o sentir, assim como o zingador.
E agora, tenho um novo espaço, o blog do Plínio Gomes, onde estarei publicando contos diversos e principalmente contos de assassinos, contos policiais e afins.
Já havia escrito alguns contos, mas nunca no estilo policial, de assassinatos e mortes, mas graças ao amigo Afobório, que me despertou para esse caminho, está aí uma nova faceta desse jovem aqui.
Então, meus caros, aí estão os espaços, agora vocês já sabem o caminho.
Abraços Perfumados!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Sentir

O medo de ser deixado,
torna mais fácil deixarmos primeiro.
***
É preciso lavar, estender, quarar. Porque não é só o sentimento que importa, mas sim o sentir. Desse vulcão que somos nós, tudo que queima, arde, se expande, irriga, respira, ejeta, não é o sentimento em si, mas a mola propulsora, o desatino, o sorver, enraizar, o brotar do sentir.
Pare diante do espelho e pense em um sentimento pro e simples. A feição provavelmente não será alterada. Mas se lembrarmos de algo vivido, sentido, que esteja encharcado, incrustado, chorado, sorrido, certamente algo lindo e esplendoroso irá aparecer sobre a face que se vê espelhada.
O sentir é o que nos faz viver, seguir em frente, pensar, falar, observar, comer, beber, fazer amor. O sentir é a alma, e o coração, é a razão. O sentir é pleno, enquanto o sentimento, ah! O sentimento é só o sentimento, a palavra.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Ali adiante

Vasta imensidão que se põe a frente de meus olhos.
Os caminhos parecem mais certos, ou pelo menos, não tão tortuosos.
As ideias estão salpicando em minha cabeça.
Um sorriso quieto no canto de minha boca.
A certeza de mais tranquilidade futura.
Nada de afobação, toda a paz enchendo meus pulmões.
Voltei a fazer coisas que me dão extremo prazer.
Quão importante palavras certas, na hora certa!
Renovando a pele, o espírito, o brilho no olhar.
Zingador - vencendo a correnteza.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

O amor e a saudade.

Um beijo leve e adocicado na lembrança.
Um tapa forte na cabeça da tranquilidade.
Um virar de costas ao choro dos outros.
Um abraço apertado e confortante nos meus sentimentos.
*****
Engraçado o tempo! A gente se acostuma com tanta coisa, com os sofrimentos, com as agonias, com os medos, com as chacinas, as filas nos hospitais, as mortes na favela, acostumamos com tudo, mesmo que não percebamos, sempre acabamos nos acostumando a tudo. O tempo faz as feridas ficarem menos abertas, as vezes até esquecemos por instantes, horas ou dias. Mas me peguei pensando na saudade que tenho, que sinto, que horas está agonizante, horas calma, mas sempre a mesma saudade. Tento não ficar triste, não chorar, mas são anos segurando um choro, segurando um grito, uma loucura qualquer que brote fácil e saia de mim, como suor, como lágrima ou como uma voz mesmo, ecoada, largada, cortante. É assim, justamente assim que me sinto, envazado, polido, mastigado pelo ranger dos dentes de outros, lavado pelo choro dos outros, o forte as vistas de outros tantos. Cansei. Segurei-me por todo esse tempo. Mas agora não dá mais, agora é meu tempo de estourar, de soltar, jogar e jorrar essa lava que queimou e queima dentro de mim. Preciso de espaço, de tempo, de mim mesmo, de amor e de sentir essa saudade como ela é: minha. Não com o também, mas minha saudade. Porque meu chão se abriu e engoliu parte de mim, soterrou meu norte, minha fuga, meu horizonte. Entendo muito as diversas razões do partir, mas sinto falta, sinto saudade desse amor que me lançou nos braços do mundo, sinto saudade de sua vivacidade, de suas viagens musicadas, de seus sonhos não realizados e escondidos no fundo de si. Sinto saudade de mim, porque me fui junto, porque deixei de ser parte de mim quando o chão se abriu e me consumiu e me decepou os pensamentos, as pernas, os braços e os sentidos todos. O amor e a saudade são inseparáveis, porque um dia o amor se vai para longe e nos resta a bendita saudade, aquela que faz-nos esquecer as partes ruins do todo e sempre sorrir de saudade das coisas boas. Mas a minha saudade é completa, porque muito segurei dentro de mim o que sentia, mas agora explodo em dizer que sinto saudade de tudo, dos castigos, das surras, das brigas, dos abraços, das partidas de buraco, dos cigarros fumados juntos, das idas a roça, de tudo minha mãe eu sinto saudade em você, das faxinas de sábado, dos discos de Barbra, Bernard, Piaf, Enya, de tudo em você eu sinto falta, da forma como me pareço contigo, dos mistérios ocultos no seu olhar e da clareza deles em me dizer outras tantas coisas. Sinto saudade das nossas ultimas conversas, das quais eu poderia ter-lhe dito mais e mais coisas, inclusive que eu te amava e te amo, porque o tempo pode me levar tudo, mas jamais me levará esse sentimento inteiro e completo de saudade de amar você presente, ausente e futuramente dentro de mim. Desculpe-me pelo filho que fui e sou, mas sou quem sou porque sempre acreditei na liberdade de ser, de estar, viver o mundo que eu sempre ouvi você falar e cantar. Sabe, quando ouço certas musicas lembro-me claramente das lágrimas que corriam de seus olhos, do sorriso de canto de boca. Lembro de tantas coisas. Lembro-me de ti. Sempre.
Um grande beijo de filho que aqui ficou, desse que lhe ama muito.

sábado, 2 de maio de 2009

Corei

- Vira a cabeça, solta o pensamento e espera que o vento leve.
- Como um sorriso que eu solto?
- É e o vento leva.
- Mas será que chega lá?
- Chega e ainda vai sentir o beijo.
- Que beijo?
- Aquele que você pensou.
- E como você sabe?
- Só de olhar pra você deu pra perceber.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Constante

Quero ver seu sorriso novamente.
Quero ver seu sorriso.
Quero ver seu.
Quero ver.
Quero.
Quero você ao meu lado.
Sua boca em minha boca.
Seu cheiro inebriante.
Sua agonia.
Sua calma.
Quero novamente.
Novamente quero.

Parte de mim - o que vira escrita...

Os que me olham, me sentem e me acomapanham

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