quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Ano novo


Queria escrever uma mensagem de ano novo diferente, que quando as pessoas colocassem os olhos sobre, pudessem perceber a energia boa que estou emanando, que o meu desejo é sincero e que ele diz respeito ao que há de bom, como o desejo que tenho de boas coisas para minha própria vida. Mas senti verdadeiramente, que só preciso dizer uma coisa, para ser diferente e ao mesmo tempo dizer tudo que é necessário: Amem. Dei tudo de vocês em tudo que fizerem e façam com amor pleno, amor verdadeiro, daí tudo ser precioso e vigoroso. Brindem esse amor.

Feliz 2009!

Descoberta

Já é quase noite, ali atrás da cerca de madeira está o mundo que quero descobrir e viver.
Não o quero perfeitinho, quero-o pleno, cheio de caminhos e intervalos.
E que nele esteja esse amor que sinto, mas que ainda não encontrei.
Creio na verdade, que já estou nesse mundo e ainda não me descobri.

MEDO - outros pensamentos em partes _3

* direto da mesa de bar ontem * (EU SOU BEM FELIZ NELA E NÃO É AUTO-AFIRMAÇÃO)


aTÉ PODERIA TER IDO ATÉ VOCÊ, MAS...
vOCÊ QUE AS COISAS SEMPRE OCORRESSEM DO JEITO QUE VOCÊ PLANEJAVA, MAS...
o MEU TEMPO CHEGOU E EU SEMPRE TIVE MEDO DE LHE SEGUIR.

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mAESTRIA DE UM GRANDE COMPOSITOR: Herbert Vianna (Gosto muito dele)

Música: Quase um segundo - (Ótima interpretação da Gal Costa)

Eu queria ver no escuro do mundo
Aonde está o que você quer
Pra me transformar no que te agrada
No que me faça ver
Quais são as cores e as coisas pra te prender
Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei
Será que você ainda pensa em mim?
Será que você ainda pensa?
Ás vezes te odeio por quase um segundo
Depois te amo mais
Teus pêlos, teu gosto, teu rosto, tudo
Tudo que não me deixa em paz
Quais são as cores e as coisas pra te prender?
Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei
Será que você ainda pensa em mim?
Será que você ainda pensa?

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

MEDO - outros pensamentos em partes _2

Eu queria ir além,
Chegar mais perto de você,
Talvez te dar um beijo,
Te abraçar, te confortar,
Mas tenho medo,
Fico de longe te olhando.

MEDO - outros pensamentos em partes _1


Andando pelo Blog da Marina Bártholo, vi uma frase sobre o medo, e acabei deixando um comentário citando uma poesia do Antônio Bivar e vou descrever aqui tanto o post da Marina, com toda a licença, como o poema "Era uma vez" do Bivar, que foi muito bem interpretado pela Bethânia em um de seus discos. Mas o que me remete a falar sobre o medo, é que ultimamente tenho ouvido falar muito nele e isso me causou medo quem sabe, ou mesmo uma necessidade tranquila de falar sobre. Então vamos lá...


***

Por Marina Bártholo

***

"A emoção mais antiga e mais forte da humanidade é o medo, e o mais antigo e mais forte de todos os medos é o medo do desconhecido."

[H.P. Lovecraft]


***


Por Antônio Bivar - "Era uma Vez"

*Adaptação de Maria Bethânia


"Era uma vez, mas eu me lembro como se fosse agora. Eu queria ser trapezista, minha paixão era o trapézio. Me atirava do alto na certeza que alguém segurava-me as mãos não me deixando cair. Era lindo mas eu morria de medo, tinha medo de tudo quase: cinema, parque de diversão, de circo, ciganos, aquela gente encostada que chegava e seguia. Era disso que eu tinha medo. Do que não ficava pra sempre.Era outra vez outro parque, outro circo, ciganos e patinadores. O circo chegou a cidade, era uma tarde de sonhos e eu corri até lá. Os artistas se preparavam nos bastidores para começar o espetáculo e eu entrei no meio deles e falei que queria ser trapezista. Veio falar comigo uma moça do circo que era a domadora, era uma moça bonita, mas era uma moça forte, era uma moçona mesmo. Me olhou, riu um pouco e disse que era muito difícil mas que nada era impossível. Depois veio o palhaço Polly, veio o Topsy, veio Diderlang que parecia um príncipe, o dono do circo, as crianças, o público... De repente apareceu uma luz lá no alto e todo mundo ficou olhando, a lona do circo tinha sumido e o que eu via era a estrela Dalva no céu aberto.Quando eu cansei de ficar olhando pro alto e fui olhar para as pessoas, só aí eu vi que estava sozinha."


segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Sem nexo - como se faz um bolo?

- Via naquilo a chance.
Percebia que tudo era possível.
* Nada. Não. Porque?
Você é sorrateiro, você não presta.
- Calma!
* Calma é uma ova.
- Ok. Entendi.
* Que bom.
- Louca.

(Põe tudo e bate a mão para ficar mais gostoso)

sábado, 27 de dezembro de 2008

Sabe o nome daquilo?

] *parte - o que não é todo. [ e mesmo assim é o todo.] Filosofia de quintal.


Quando eu realmente souber o que quero e que não sei que quero, estarei mais tranquilo. Enquanto isso sacudo, reviro, estremeço e inquieto fico.


"Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Deixei a fatia
Mais doce da vida...
Vida, minha vida...
Verti minha vida
Nos cantos, na pia
Mas, vida, ali
Quem sabe, eu fui feliz
Luz, quero luz,
Sei que além das cortinas
São palcos azuis
E infinitas cortinas
Com palcos atrás
Arranca, vida
Estufa, veia
E pulsa, pulsa, pulsa,
Pulsa, pulsa mais
Mais, quero mais
Nem que todos os barcos
Recolham ao cais
Que os faróis da costeira
Me lancem sinais
Arranca, vida
Estufa, vela
Me leva, leva longe
Longe, leva mais
Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Toquei na ferida
Nos nervos, nos fios
Nos olhos dos homens...
Mas, vida, ali
Eu sei que fui feliz"

VIDA (Chico Buarque, 1980)

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Momento bom - o resgate.


Onde tudo começou.
Estive ali porque era preciso regressar e resgatar alguns sentimentos e outras tantas coisas que existem, sinalizam em mim, mas que estavam meio que como desenhos feito a lápis e que com o tempo vai se apagando.
Precisava do contato, do toque, dos pés no chão, na terra onde todos os meus pisaram e ali me ensinaram formas de sentir, de externar, de esconder, de viver a vida.
Foi ali que aprendi a ser humano também e que montado num cavalo percorri lugares dentro de mim que só eu poderia encontrar e entender.
Quando ainda criança ao lado de meu avô, deixar de estar naquele lugar um dia que fosse, era como se eu estivesse incompleto, sem nexo.
Onde minha mãe me levava para bater o feijão, mesmo em dias de prova, porque as vezes não tinha com quem me deixar e aquilo tudo era um luxo e eu amava, ver a festa da colheita, as panelas de barro cozinhando o feijão que acabara de ser colhido.
Minha avó era a rainha do vamos fazer e tudo fazia realmente. Minha madrinha, meu amor.
Lembro-me das surras que levei por ser levado de mais.
O prazer de correr pelos ninhos das galinhas para pegar os ovos a pouco postos e que eram sinalizados num cocorocó. E eu corria, corria, andava, percorria todos os lugares, porque tudo aquilo era mágico, era minha infância, minha família.
As feiras do Tijuaçu nas segundas-feira com todos os negros por ali, vendendo, comprando, conversando. E o Neto, aquele menino danado, era conhecido por todos.
Os gizados no quintal da casa da rua, o açougue do vovô, o corte no dedo com a faca amolada, a casa da Maria, mãe da Ciene.
Adorava ir a casa da Caía, primeiro porque gostava mesmo, tinha uma boa energia lá e depois porque ela sempre me dava de presentes frangos e periquitos para eu criar.
As corridas de argolinha e eu montado no pombo roxo, morria de medo desse cavalo, mas subia, afinal era o melhor cavalo que meu avô tinha.
São muitas as memórias dali, eu precisava voltar, para resgatas forças e energias, e perceber que não posso deixar as imagens do meu passado se apagar, pelo contrário, tenho que fazê-las vivas, para poder ser sempre quem sou na vivência do meu presente e construção do meu futuro.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Acordar antes - as boas festas

Um bom dia para todos!!


Ao deitar ontem, fui tomado por uma vontade de escrever algo diferente do que venho escrevendo. Sou uma pessoa que ama a vida e pessoas e busco sempre estar de bem comigo mesmo, porque é assim que creio poder contribuir para o meu engrandecimento, bem como o de outras pessoas que me circundam.
Então, ontem, assistindo ao noticiário da meia noite, a apresentadora anunciou: "Vejam a cenas de um circuito interno de TV, é uma cena chocante." Um rapaz ateava fogo num casal de mendigos e a mulher acabou morrendo no hospital.
E nos últimos tempos, ouvimos repetidamente sobre chuvas em determinadas regiões, onde os estragos foram muitos e as vítimas também. Mas do outro lado, aqui no Nordeste, pouco se fala sobre a seca, as pessoas que passam fome e sede e até morrem, será porque já é comum a seca no Nordeste e as chuvas que caíram em Santa Catarina sejam uma novidade?
Tem mais, eu entendo pouco sobre as funções do exercito, marinha, aeronáutica, e gostaria que alguém pudesse contribuir para essa indagação: O caso da Amazônia é crítico, o desmatamento, as queimadas, a invasão de cientistas estrangeiros pesquisando e patenteando espécies, se não estamos em guerra constante, porque não usar essas forças nacionais para conter o desmatamento?
O tráfico de drogas e armas, estamos vendo pessoas inocentes morrerem todos os dias de balas perdidas que são achadas e parece que já é tão normal que não nos espantamos mais.
Juízes e desembargadores corruptos que são afastados e depois o STJ vai e manda voltar, bem como esse mesmo órgão máximo, é responsável pela impugnação da carreira política de certos prefeitos, vereadores, governadores, etc, etc e nada fazem, porque?
Poderia falar de muitas outras coisas escandalosas aqui, mas tenho certeza que os leitores sabem que existem, vêem nos noticiários.
Porque eu falei disso tudo? Porque desejo a todos um feliz natal, que as famílias se reúnam, os abraços sejam dados, o amor seja contemplado e um espírito de paz reine entre todos em suas casas, para depois invadir as ruas e as pessoas. Bem como, o ano de 2009 seja repleto de felicidade e que esses dois momentos ainda este ano, nos dê respaldo par viver conscientes num tempo futuro e que possamos cobrar mais de nossos governantes e de nós mesmos.
Grande abraço e desculpem-me a forma de desejar as boas festas.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Um choro a mais - porque?

The Bubble

O que dizer desse filme?
Pensei em por uma imagem, depois um vídeo, acabei desistindo, porque seria...
Não tenho muito o que dizer, apenas digo que assistam, mas assistam sem preconceitos, desprovidos de quaisquer amarras, qualquer bloqueio.
A trilha sonora, ah! a trilha sonora.
Não direi mais nada, apenas assistam, assistam.

Em você - onde quero estar.

Caloroso aquele abraço que me deste.
Ainda sinto seu perfume sobre minha pele.
Sinto-me bem ao seu lado.
Seu colo me conforta,
Suas palavras reconforta meu coração.
Gosto quando seu corpo me veste
E suas mãos percorrem-me dando vazão ao meu querer.
Você me convence, me transborda.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Parte do todo - um pouco do que resta


Ando pensando muito mais que o de costume. Ouvi um amigo dizer, após ter visto um casal de velhinhos, que tinha medo de chegar aquela idade, que gostaria de morrer antes. Acabei voltando a esse assunto dentro de mim e hoje, andando de ônibus, olhando pela janela - algo que amo fazer - decidi escrever sobre isso.




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Um olhar sobre o futuro.


Como estarei, como serei e até onde chegarei?


Os lugares que quis ir, terei visitado?


As pessoas que desejei terei conquistado?


Os passos dados em falso repercutirão?


Não sei, não sei.


Sei que levo a vida do jeito que gosto.


Tudo bem que algumas coisas poderiam ser diferentes,


Mas sou feliz, bem feliz.

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Ao passo que vivo, me pergunto constantemente quem sou e o que quero para o resto de minha vida. Não me vejo tão longe de onde estou, ainda, mas consigo me projetar em cenas bem peculiares. Das coisas que mais clamo na vida, acho que a mais importante é o amor, isso porque acredito que ele acaba sendo o veículo condutor de tranquilidade na realização de muitas outras coisas. Das tomadas fílmicas que me vejo, uma, bem poética e não menos real, estou eu sentado num fim de tarde na varanda de uma casa simples, com uma xícara de café com a fumaça subindo. É um período frio, escrevo num caderno feito por mim mesmo, como os que já faço hoje em dia, com papel reciclado. Não é uma poesia que escrevo, mas um romance, mas não consigo desvendar o que é, pois então estragaria a novidade. A vista dessa casa há um belo jardim, onde eu mesmo cuido, planto flores muitas e diversas ervas, as quais utilizo para cozinhar e fazer chás. Perto de mim estão os meus gatos e que não são poucos, deitados se lambendo pelo chão, outros brincado com bolas de linha, outros dormindo. Como em todas as tardes, muitos passarinhos estão pelo local, sobre o telhado da casa, pelo jardim, em cima das árvores e sobre os dois pés de acácia que estão floridos. Tem sabiá, pardais, rolinhas-caldo-de-feijão, cardeais, dentre muitos outros.

A grande dúvida que ronda meus pensamentos quanto a cena ora apresentada, é que tenho certeza que tem alguém dentro de casa, mas não tenho noção exata de quem seja, se é meu amor ou alguém que me ajude nos afazeres domésticos. Mas como, assim quanto ao que escrevo não deva ser descoberto agora, creio que seja meu amor, que esteja assando o bolo de laranja com alecrim que cheira de forma magistral.

Não tenho medo do futuro, pelo contrário, tenho uma ânsia muito grande por tudo que ele me trará e é por isso que me policio para não sofrer por antecipação, o que é um grande mal.

Acho que me basto por aqui, afinal não sou nem um vidente para prever tantas coisas, mas findo aqui deixando bem claro que o que seremos é resultado do que fizemos no passado e o que estamos fazendo agora. Não importa onde estejamos, mas sim quem somos, porque é do amor de dentro que emanamos força para viver aqui fora.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Parte do desejo - aquela brincadeirinha

Satisfazer você é meu plano.
Não ouse me dizer não.
Apenas se permita.
Abra a boca e fecha os olhos.
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- Caí no poço - Quem me tira?

Quando voltar pode ser tarde - Hercília onde andas?


Pouco tempo antes de ir embora daquele lugar, com receio sim, mas com muito mais vontade de ver Hercília, voltei aquela casarão de esquina, precisava vê-la mais uma vez, mesmo que fosse a última vez.
"... Et des que je l'apercois
Alors je sens en moi
Mon coeur qui bat..."
A vida parecia me pedir para regressar e dizer algumas coisas que eu não disse, como o quanto ela me fez crer no amor, no desejo e principalmente no sonho.
Entrei lá, procurei por ela, calado, percebi que não estava no salão e fui subindo as escadas, sabia qual era seu quarto e adentrei.
"... Dire qu'il suffit parfois
Qu'il y ait un navire
Pour que tout se déchire
Quand le navire s'en va...
Il emmenait avec lui
La douce aux yeux si tendres
Qui n'a pas su comprendre
Qu'elle brisait votre vie
L'amour, ça fait pleurer
Comme quoi l'existence
Ça vous donne toutes les chances
Pour les reprendre après..."
Lá não estavas mais, outra moça estava deitada em sua cama, indaguei sobre Hercília, a moça morena me disse que havia partido a poucos dias, dizia a todos estar indo para Paris e rio, resmungando: "Louca, sonhadora, iludida". Tive vontade de lhe enfiar a mão na cara, mas me contive, não valeria a pena e não seria do meu feitio.
Saí dali, com um estranhamento dentro de mim, uma vontade de chorar, de correr gritando pelas ruas, mas apenas sentei num banco de praça, acendi um cigarro e permiti viajar em pensamento.
Imaginei-me pelas ruas de Paris com Hercília, de mãos dadas, olhando as casas imponentes, as árvores sem folhas por causa do inverno, os transeuntes bem vestidos.
Não sei se um dia voltarei a ver Hercília, mas ela jamais sairá de minha memória, jamais.
"... Entraînée par la foule qui s'élance..."
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Citação de trechos das canções: La Foule e Milord de Edith Piaf

Um universo de emoções molhadas e salgadas

Um passeio por "Notas ao tempo e ao vento".


MAR
Faz-me assim tranquila água.
Rosto translúcido a vibrar em tuas ondas.
Prende-me, lambe corpo esse que ama teu sal.
Veste minha alma depois de limpá-la.
E me faz assim, sempre a sorrir.
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Incrédulo e vazio.
Você mesmo assim não me sai do pensamento.
Veste essa máscara e pensa se esconder.
Não adianta, eu te sigo, te vejo como és e quero.

Parte de mim - depois do choro


Uma casca repousava sobre meus olhos
Estranho pensar que há um tempo a traz eu nem queria mudar
Mas quis o destino me levar para longe
E eu realmente precisava fazer algo
Então chorei, me larguei em lágrimas
Olhei para dentro e encontrei o que queria
E hoje estou aqui, satisfeito com o resultado.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

de amor


Padeço nesse amor
Vivo, me esbaldo, amoleço
Sinto-o queimar em mim, ardo, explodo em gozo
Choro, rio, dou-lhe a mão
Ando por entre, dentro, ali fora
Recito, falo, deduzo, reduzo
Esse amor praticável gira
Canta cirandas, canções de amor
Da alma de poeta ela se estende, pretende, deita
Jogados os dados da sorte, ele ganha, perde
Nesse contexto permaneço, pereço, gracejo
Um beijo, outro, outro
Arrepio, derreto, corro, esvazio
Um mar de fogo, de água
Meu ócio, vício, cio
Minha culpa, redenção
Amor de amar
Amigo, amante, flerte
Um caso, acaso, encontro
Esse amor me cura, me envenena
Essa amor está em mim
Condena, liberta, anestesia
Esse amor é licérgico
É sexo, é prosa, poesia
Um amor oração, acalma, alivia
Mesmo amor se destina,
Quando de tardezinha sento ao pôr-do-sol
E ouço o som da solidão
Agonizo e lembro que ele existe.

amante

Esse pensamento
Essa vontade de te ver
Não quero renunciar esse sentimento
Não quero deixar você do jeito que está
Sei que entrei nessa relação sabendo de tudo
Mas é que quando estás comigo és todo, inteiro
Vem me visitar, tomar um café
Não deixa tudo isso acabar assim
Temos muito a fazer juntos
Temos o mundo pra conhecer
Mais beijos pra beijar
Vem! Estou te esperando.

Hercília


Ah! A tez de Hercília!

Nunca esqueci como me recebeu em seu quarto.

A moça estava

sentada na cama e cantava em francês...

Aqueles cabelos ruivos sobre a pele alva me encantou. Fiquei sem jeito, menino amarelo perdido.

Ela conversava comigo na mesma língua que cantava e eu nada entendia, mas achava lindo, estava enfeitiçado.

Hercília pegou-me pelo braço e me fez sentar na cama, passou a mão pelo meu cabelo e desta vez se fez entender, elogiando meu cabelo... Sabia que no fundo ela estava querendo me deixar mais tranquilo e conseguiu.

Ela ainda vive nos meus pensamentos, as vezes entra em meus sonhos, cantado "Padan, Padan, Padan"

Em outros momentos ela me excita, mexe com meu corpo e me faz sentir prazer...

Fiquei toda uma noite com Hercília, rimos, bebemos, fumamos e ela me confidenciou estar cansada dessa vida, que queria ir embora, iria morar em Paris...

muito não tenho notícias de Hercília, mas creio que ela esteja nas ruas parisienses, cantando e encantando.

E quero que continue sempre permeando meus pensamentos.

o momento perto do fim - estranhamento

Encontrava-se acordado aquela hora.
Se pensava que iria chegar e eu não iria ver, se enganou.
Percebi a demora de fechar a porta, parecia não encontrar o buraco da fechadura.
Murmurou alguma coisa que eu não consegui compreender e depois xingou.
Foi a cozinha, pelo barulho que fez, tomou café amargo e um copo d'água, pois percebi o copo também na pia, além da xícara. Mas antes mesmo disso, senti um odor de álcool quando se deitou, não me acordou, não me falou nada, não me beijou, não passou as mãos por entre meus cabelos como de costume, não me abraçou, apenas virou para o lado e dormiu. Falou enquanto dormia, falou dos ursos polares que sentiam calor, falou da chuva que caía não sei onde e conversou numa língua que eu não sabia que você conhecia e nem mesmo existia.
Hoje acordou como se tudo fosse lindo e normal, conversando pouco, talvez pela ressaca e dor de cabeça ou mesmo por sentir vergonha de algo que fez e não quer me dizer.
Não sei, realmente não sei, você está num estranhamento, numa mudança, não sei até quando iremos aguentar, até quando valerá a pena, você não conversa, foge do meu olhar.
Eu pergunto: - Vamos tomar banho juntos?
Você lendo o jornal, olha por cima dos óculos e nada diz.
Estou cansado de seu silêncio.
Então lanço: - O problema é comigo?
Você dessa vez nem me olha.
Vou para a varanda com o gato num braço e uma xícara de café na outra mão, sento-me de frente a vista linda e vazia, acendo um cigarro e imagino tudo, repenso muito, faço retrospectivas e não sei onde ir, o que dizer, fazer.
Não sei, realmente não sei.
Estamos a cada dia mais longe, mas dispersos, mas frios.
Não sei. Não sei.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

eu e o mundo

Fazer com que o mundo inteiro caiba dentro de mim
Não é querer demais...
É apenas estar assim com estou
Com sede, com fome de tudo
As vezes sinto as dores do mundo
Outras o prazer
Vez em quando não sinto nada
Porque estou em mim demais
Certo dia meio perdido, pensei tanto que me perdi
E não lembrei de nada depois
Quando estou em mim
Sinto prazer, sinto solidão, sinto tesão
E amor, amor de todo, amor amigo, amor amante
quando estou fora de mim,
Coloco uma esteira no chão, deito ali
E levito,
Porque o peso que há em mim
É o do mundo,
De tudo que vejo, ouço, faço, sou e imagino

Visita

...
Ah tá!
Uma xícara de café acredito que você aceite?
Sente-se.
Açúcar ou adoçante?
Leite ou preto?
Incomoda-se seu eu acender um incenso?
Quer biscoitos de nata?
Então meu caro amigo, como vão as coisas?

Perdido



Uma cortina de tecido cru dobrada
Uma vela de sete dias acesa no canto da sala
Uma vontade de ter as coisas organizadas
Olhei tudo, tive uma ideia e apaguei o cigarro
Municiar, pegar, estender, agir, negligenciar, focar, levantar, partir
Verbalizar, verbalizar.
Acho que irei lá em baixo depois, fumar o cigarro apagado
Sentir o ar fresco noturno soteropolitano
Desviar aqueles pensamentos vãos
Insinuar meu corpo sobre o para-peito
Afim de pegar o vento antes dele chegar em mim
Olhar algumas estrelas, todas elas me cansaria
Palavras, palavras.
Procuro algum adjetivo
A fim de não ser tão verbal, tão pretérito, tão futuro, passado o presente
Um tanto perdido, preciso realmente organizar algumas coisas
Como preciso.
Com a ajuda de um amigo de longe
Em busca, a busca.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Sigamos

Entre tudo isso existe algo mais
Eu e você não somos tão diferentes e nem tão pouco parecidos
Acredito mesmo que podemos ser mais nós mesmos
Mas da mesma forma, creio que em nós existe muito mais
Não somos tolos e nem mesmo infantis ao ponto de nos negar
Não foi tanto tempo assim
Mas como vivemos foi perfeito
E mesmo quando nos desentendemos, crescemos
Vamos mais adiante
Vamos!

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Parênteses


E não mais dizer
Não mais ouvir
Esquecer um tanto
Perceber outras coisas
Deslizar os pensamentos
Não se deixar levar pela lamentação
Acreditar mais em si
caber em si e assim transbordar
Olhar o novo
Por pra fora sentimentos e coisas velhas
Ocupar espaços com algo útil
Rezar mais
Respirar fundo
E jamais, mas jamais mesmo, deixar de amar.

Aquele olhar - percepção


Acreditei naquele olhar. Não conseguia prestar atenção no que me dizia, apenas lia aquele olhar.

Olhava, olhava e via coisas, via sentimentos, percebia o quanto aquele ser precisava de mim, de meu carinho, de meu amor. Tive a nítida sensação de que o sofrimento que houve ali e que tinha adormecido aquele coração, tinha transformado aquele ser humano num casulo e eu poderia fazer eclodir e sair algo mais lindo, mais colorido.

Não me canso ainda hoje de olhar dentro desses olhos e perceber algo novo, algo surpreendente. Ali está alguém que me completa, me revigora. E como foi bom acreditar naquele olhar e ainda acreditar até hoje.

domingo, 14 de dezembro de 2008

A música e o beijo de Bentinho e Capitu


Eu queria me desnudar de tudo, tirar máscaras, roupas, qualquer tipo de sentimento, fosse bom ou ruim e entrar nessa história de uma só vez. Não que tudo isso esteja para mim porque está na moda. Não sou adepto de modismos, apesar de as vezes consumi-los. Mas é que é tão bom ver veracidade e fidelidade com uma obra. Ler é uma primazia, é se entregar a mundos distantes, vivenciar, criar, imaginar, ser vilões, rainhas, príncipes e princesas, dar vida ao elo do consciente com o inconsciente.

Mas volto a falar de Capitu... Ah esses olhos de ressaca!

Como numa vida cheia de pecados, eu cometesse todos, e todos ainda fossem pouco para descrever, viver e ser tão humano e tão real.

O sorriso de Bentinho quando menino, de uma leveza sem igual, sem ser pretensioso, sem ser malicioso e dentro de sim um amor, uma paixão e sentir o cheiro dos cabelos da amada é como se perder no ínfimo momento de um olhar e entender tudo.

Um violino que é tocado e uma ópera assim começa, um simplório beijo, um novo olhar e quanto mais aumenta o ritmo dessa ópera mais corro e percorro cenário imaginados, sustentados pelo vento e perpetuado no vazio.

Por mais áspero que pareça ser me jogo nesse meio e não ouso interferir, apenas olho, vejo, escuto, ouço e apenas toco nos cabelos encaracolados de Bentinho ainda jovem. Daí, parto numa corrida louca para não perder nada, estar em todos os lugares ao mesmo tempo, como música, como essa linda música que escolheram para a trilha sonora, poderia ter sido qualquer outra e outras tantas, mas essa música perco o fôlego consegue chegar onde justamente imaginava, ela sempre fez parte dessa história e eu nunca tinha ouvido. E como nela mesmo se diz: "...que comecem as estações..." E em todas elas estarei pensando em Bentinho, em Capitu, ainda jovens, apaixonados, dentro de uma poesia sem fim, sem medos e sem receios. "...que derrubem o grande rei..." E o amor possa reinar, que todos os pecados se curvem e todas as virtudes também. E pelo meio desses passem Bentinho e Capitu, correndo, felizes e sorridentes.

Não vou mais me adiantar e prolongar, um dia poderei falar mais, falar de Escobar, de José Dias, Dona Glória, Tio Cosme e Prima Justina... Mas agora me basto com essa música e um beijo final de Capitu e Bentinho e o não fim.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

A música de Capitu


Essa música penetra em mim,
Entra de forma tão desmedida, tão única.
Amanhece e sinto ela descer pelos raios de sol
A voz doce, misteriosa e marcante
A melodia, a junção dos ritmos, a mistura de instrumentos
Percebo-me de forma tão diferente quando ela soa aos meus ouvidos
Esqueço onde estou, o trompete ecoa, me lança ao longe
Não sei, não sei.
Como é bom ouvir, repetir, esquecer, me perder.
Tudo começou por causa de Capitu, esse neorealismo machadiano que surgiu
Essa busca incessante das pessoas de remexer nas coisas, procurar culpados.
Lembro de ter me escondido em certa parte do livro, como se quisesse ouvir as conversas das pessoas, as indagações, as expressões dos rostos. Me acharam antes que eu pudesse ver qualquer coisa e agora vem essa nova Capitu, tão mesmo ela, tão furtiva, tão condensada e solta. Traz consigo essa música e me faz novamente sonhador, percebendo algumas coisas, não vendo outras, mas dentro dessa viagem, dessa retórica.
Ah! Essa música que Capitu trouxe.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

aqueles tempos

Um vento forte espalhando toda essas folhas secas por aí e nenhum esforço que eu faça é suficiente para juntar tamanha bagunça. As paredes estão gastas do tempo e pelos respingos de chuva que volta e meia caem por aqui. Sempre penso em cortar essa amendoeira da porta de casa, mas desisto e na primavera as folhas tornam a cair. Lembro de minha infância em que minha boca ficava roxeada de tantas frutos que comia e dos dedos escurecidos de quebrar os caroços para tirar as amêndoas. Tarde chuvosas em que procurávamos não ficar em baixo da árvore, com medo dos raios e trovões. Mas tanta coisa se perdeu, a infância se foi, a maioria dos vizinhos cortaram suas amendoeiras e eu resisto, insisto em ter folhas secas em minha calçada, um capricho saudosista. Ainda mais quando ponho o disco do Bernard pra tocar e lembro de minha amada mãe, dos nossos sábados de faxina, da cera no taco, do cozido de carne fresca, do cheiro de casa limpa. Bons tempos te outrora, bons tempos.

Aquelas gavetas


Voltei com alguns pensamentos
Remexi numa gaveta e encontrei alguns guardanapos velhos
Havia ali declarações de amor jamais ditas
Não que eu não quisesse
Escrevi sobre aquele amor que reina em mim
Existe dentro de mim
Mas que ainda não encontrei aqui fora
Os varais em que estendo minha alma não estão tanto a mostra
Os beijos que já dei ainda não me fizeram prender
Me apaixonei e como me apaixonei
Elas vieram sorrateiras, rebeldes, avassaladoras
E da mesma forma ou mais intensas elas se foram
O tempo passou e sempre que mexo nas gavetas, caixas do passado
Reencontro mais forte esse amor,
Sinto-o borbulhar em mim, crescente, feliz
Como se a cada dia estivesse mais perto de o encontrar
Tomar-lhe nos braços
E sem medo algum,
Declarar-lhe tudo que já escrevi
Tudo que escreverei
E permanecer ali, indo em frente
Ah! Como espero viver esses pensamentos.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Levemente doce


Gosto de ter você por perto
Sei jeito amável, doce
Sua serenidade me conforta
Seus dedos mexendo em meus cabelos
Suas mãos macias
Seu olhar terno e transparente
Gosto tanto de sua voz
Que mesmo quando em silêncio
Ela ressoa em meus ouvidos
Você me torna mais vivo
Em ti tenho total confiança
Meu norte, meu guia
Minha esperança, consciência
Meu espelho
Minha certeza leve
Minha conselheira
Linha severa quando tem de ser
Meu laço, meu travesseiro
Minha árvore frondosa
de frutos frescos e levemente doces.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

O poeta e o mundo


Le poète de peut-être, Plein d'amour En regardant en avant


Tarde que se finda

Estrela solitária no céu

Um mundo de coisas acontecendo

E eu, não menos solitário, sofro

Não posso omitir, mentir, fingir

Está estampado em mim

O poeta comum

Aquele que se apaixona,

Se ilude

E sofre

Uma mistura de azul e rosa

Acaba numa cor estranha

Meu mundo caiu

Na verdade anos se passaram

Esse mundo jamais se ergueu

Tristeza e solidão

E esse monte de coisas

Esse mundo de argumentos

Usados para não desanimar

Não sucumbir, não derramar lágrimas

MAs não sou máquina

Não sou o símbolo do entusiasmo

Meu coração dói, minha garganta seca

Caio, desabo

Acabo, esvaio

Não sei onde ir

Fecho os olhos e tento não pensar

Não consigo e vou

Quero esgotar.


segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Na minha terrinha


"... Céu vermelho é bonito de se ver...

Mas o lindo pra mim é céu cinzento,

com clarão entoando meu refrão...

Ver a terra rachada amolecendo..."


Crer na vida, entender alguns porquês

Valorizar o contacto humano

Se encher de energia

Ouvir a cigarra cantar

Tomar banho de chuva

Andar de pés descalços

Receber a bênção das avós

A farra com os amigos

As horas parecem passar devagar

O óbvio é o pleno

O gostoso é a simplicidade

O amor é de todo.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

yaya massemba


Um acarajé, uma cerveja gelada,
Maria Betânia cantando: "...Ê semba ê, ê samba a..."
Pondo pra fora um pouco dos bichos que engoli nos últimos tempos
Sendo eu mesmo, Calunga...
O menino, o bicho grilo.

Sempre primavera

Ah! se o tempo não tivesse de transcorrer tão rápido,
Se estar junto fosse sempre em magnitude
Eu poderia lhe dizer milhares d
e palavras,
Não precisaria dizer nada também
Sei que me entenderia
Sei que nossos olhos conversariam
por nós

Se todo dia fosso do jeito que tem de ser
Mas se neles estivéssemos juntos

Nosso amor cresceria, amadureceria
Mas enquanto os dias passam
Passamos, vivemos
Estampamos sorrisos
Eu me declaro, tu te declaras
Nos declaramos
Vivemos
Beijamos
E vamos, enfim
Porque enquanto um diz: "ao seu lado é sempre primavera"
Outro diz:"você me faz sorrir como menina"
E assim vãos os dois, corações acelerados, ritmados
O contra-ponto, o marco, a vida
Tudo é perfeito
Existem flores na primavera e elas me fazem sorrir.


quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Esgotar


Tarde que se finda
Estrela solitária no céu
Um mundo de coisas acontecendo
E eu não menos solitário, sofro
Não posso omitir, mentir, fingir
Está estampado em mim
O poeta comum
Aquele que se apaixona
Se ilude
E sofre
Um mistura de azul e rosa
Acaba numa cor estranha
Nem é uma, nem outra
Meu mundo caiu
Na verdade, anos se passaram
E esse mundo jamais se ergueu
Tristeza e solidão
E esse monte de coisas
Esse mundo de argumentos
Usados para não desanimar
Não sucumbir, não derramar lágrimas
Mas não sou máquina
Não sou o símbolo do entusiasmo
Meu coração dói, minha garganta seca
Caio, desabo
Acabo, esvaio
Não sei onde ir
Fecho os olhos e tento não pensar
Tudo é em vão e vou
Quero esgotar.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Meu jardim


Passadas tantas horas
E não me canso de aqui ficar
Sob sombra das árvoes
O raios do sol na medida certa
Minhas flores, meus botões, minhas folhas
Sinto-me vivo, cheio de cores
Permeado de sonhos que ninguém pode imaginar
Por onde olho avisto perfeição
Sinto-me em paz
Como se aqui o amor fosse mais amor
E como se isso fosse possível
Meu riso fica fácil
Penso leve, crio raiz, cresço
Meu jardim, minha inspiração
Adoro ver brotar
O despertar de cada nova flor
E tudo o mais que isso trás.

Esse lugar em mim


Olhei pela última vez
Não que
quisesse deixar para traz
Nem muito menos negar para mim mesmo
Sei que voltarei ali
Aquele lugar sempre vai existir
Os momentos que passei lá
Lembro de quantas noites fiquei em claro
Pensando, lembrando
Experiências vastas aconteceram
Meus Deus!
Como é forte a presença desse lugar em mim
Não posso deixar pra
traz
Não posso esquecer e nem muito menos renegar
Lá chorei, ri, encontrei amigos
Amei, senti prazer,
Mergulhei em paixões
Me desiludi
Sofri, ouvi
Bethânia por demais
Quando quis gritar ouvi a
Janis
E ouvi outros e outras
Fiquei em silêncio para meditar
Lembrei em muito de minha
grandona
Ah como esse lugar está em mim
Escrevi tanto lá e li muito
Realmente tenho que deixar pra
traz
Mas sei que de mim ficará um pouco
E comigo levarei parte disso também.

AmOr


Ah esse amor em meu peito
Me consome, me gasta, me revigora
Sinto que levito, estremeço
Subo, subo e as vezes não há como descer,
Apenas deslizar
Nesse caminho, não me findo, não me vou e vou
Estou emanando, rindo, gracejando
O amor me deixa como sou
Leve, fácil de entender
Inteirado, mexo em tudo
Não tiro nada do lugar
O amor me prende
Relaxa-me e me deixa sem ar e depois me oxigena
Noutros momentos de solidão
O amor me transmite o pensar e adianta o sonhar
Esquecer, juntar outros sentimentos
Me encharco, me encho
Transbordo palavras,
Derramo lágrimas
Esvazio, gozo.
O amor me enaltece, lança-me por aí
E aqui estou, por onde for.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Minha alma num papel


Pego um pedaço qualquer de papel

Quero escrever, preciso escrever

Deixo minha alma correr

Ela segue o curso da minha mão

Voa e depois pisa descalça sobre o papel

Meus sentimentos mais ousados

Meus desejos mais natos

Minhas palavras mais lavadas

Muito do que eu poderia dizer

E não disse,

Não quis,

Não pude.

Minha alma livre e nua.

Sem medo de se por a prova.

Minha alma enfeitiçada, reflexo da paixão.

Ela feliz, com medo e indo em frente.

Minha alma não quer se esconder, ela quer se juntar.

Ela não quer sofrer, só quer amar.

domingo, 23 de novembro de 2008

Uma tarde qualquer


Um pouco de chá Senhor?
O Senhor deseja um pouco de chá?
Nós temos de alecrim, pêssego e amora.
Senhor?
Então, vou lhe deixar o de pêssego.
Qualquer coisa é só chamar Senhor.
(sussurro) Mas que Senhor mais aéreo.

sábado, 22 de novembro de 2008

Porque


Porque esvaziar o copo?
Porque deslizar o corpo?
Porque não fico tão free?
Porque imagino tanto?
Porque penso demais?
Porque não acender um cigarro?
Porque não tomar aquela cachaça?
Porque não?
Porque tanto porque?
Porque?

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Penso que...


Esta é a terra de mil palavras
Estou contente ao seu lado
Outros momentos virão
E nada pode resumir um sentimento
Não como explicar
Só posso sentir

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Ao lado


Vontade de me desmanchar em seus braços
Percorrer espaços não percorridos
Viajar por esses mundos que vagueias
Ser guiado por sua voz
Adentrar no caminho do seu pensamento
Lhe encontrar, ficar
Você me aquece, esquenta o sangue
Me arrepia com aquela expressão
Com sua presença, seu toque
Estou perdido em você desde o primeiro beijo
E não quero me achar, porque sei onde estou
Estou bem aí, em você
Quero andar ao seu lado
Sonhar, realizar, ter
Estou entregue, largado
Permitindo
Aguardando apreensivo o novo encontro
O próximo beijo, novo tempo de me perder mais
Aquece-me, me guia, e me deixa transcorrer
Deixa-me em você
Vem ser de mim
Vamos ser nós dois

Que dia


Um dia chuvoso
Daqueles em que quase não se quer sair da cama
Onde os pensamentos correm mais rápidos
Alguns desejos se tornam mais plenos
Se quer dormir juntinho
Ficar aninhado no bojo da felicidade
Ver o céu cor de chumbo pela janela
E não falar nada, fazer tudo e entender mais ainda.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A não ida


Eu até queria ir
Precisava ir e ficar um tanto
Perceber mais algumas coisas
E externar alguns sentimentos
Havia uma necessidade de estar ali
Mas infelizmente não deu
Eu não fui, não estive
meus sentimentos continuam aqui dentro
Calados.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Sr. Aéreo


Era uma vez um senhor, o senhor Aéreo.

Todos os dias, por volta do meio da tarde, o sr. Aéreo começava a divagar, a viajar em seus pensamentos. Conversava pouco, e em meio a suas conversas dava pausas, parecia se perder. Qualquer coisa que estivesse próximo de suas mãos era um novo motivo para um novo desvio de atenção, moedas, livros, cadernos, qualquer coisa mesmo. A vida vai passando e o sr. Aéreo continua a se perder, a vaguear por aí. Sabe-se que anda pelos pensamentos de alguém e esse alguém agora se perde por aí, se esquece, apenas viaja nos pensamentos do sr. Aéreo.

domingo, 16 de novembro de 2008

Sendo


Largado nesse mundo de meu Deus
A espera do todo
Mesmo que não seja inteiro
Não deixando os ruídos intercederem
Proclamando o amor
Aquecendo uma paixão juvenil
Pronunciando os sentimos
Menos o nome que almejo
Olhando as horas
Mas não as vendo passar
No bojo de minha vida

Ando levando poesia

Acreditando em possibilidades

Cantando canções sofridas

Entregando-me e levando-me

No outro o complemento

No tempo o consolo e a pressa

No espaço meu lugar

Lugar nenhum pra não demorar

Correndo, ouvindo, sentindo

Mas tudo procede e prossegue

Nada parece vão

estalos de solidão

Zumbido de exatidão

E o pensamento voa distante

Aéreo, longe

E mesmo espalhado

Resiste a vontade

E me vou

Vou ao encontro

Em busca do outro

Aquele que meus pensamentos consome

Qual desejo arde e meu corpo arrepia

Aquele que mesmo não sendo inteiro

Sinto por todo quando está ao meu lado.

Parte de mim - o que vira escrita...

Os que me olham, me sentem e me acomapanham

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