sábado, 31 de janeiro de 2009

Fechando o ciclo janeiro.

Tudo pode parecer vão e inútil nos dias de hoje. E esse vão pode até se abrir e engolir parte de tudo que imaginamos, queremos e sentimos. Quase imune, quase são, quase ereto sobre o corso desse cavalo tempo que corre sobre tudo e faz de tudo mero acaso, ou mero destino, ou mera consequência de atos e repetições de erros. Poderia dizer que a minha fé e minha esperança estão fortes e que tudo que se passa comigo passará e eu estarei bem em minutos, no máximo em dias. Mas prefiro dizer que estou fechando um ciclo, que está acabando o trabalho da moenda e não precisarei mais girar em torno desse caldeirão, e remoer desesperos, desassossegos e passagens da minha vida. Quero que esse novo mês entre, que fevereiro chegue raiando como o sol de verão que já queima e aquece. Quero esse céu azul, o carnaval, a folia, a festa, o encontro dos trios, quero a ferveção, à noite, o dia. Numa retórica imperfeita, mas cabível, invisto no pensamento voraz de auto-cumplicidade e auto-proteção, e vislumbro muitas coisas para esses tempos vindouros, mas não quero ilusões e projeções deslavadas que fazem a gente sofrer depois que não se realiza, quero a firmeza de meus pés sobre um chão, mesmo que seja árido, mas serão os meus pés a nortear, serão eles me conduzindo pelos caminhos que terei de percorrer. Não deixando de lado o desejo enorme de mudar, de soltar a pele enquanto ando feito réptil, apenas ponho para tomar sol às coisas dentro de mim, para que morram os ácaros e eu possa sacudir a poeira. Até o fim do dia terei de ter acabado com tudo isso, porque amanhã tudo muda, sinto essa energia emanando. Por isso estou indo. Vejo-me em breve diante de todos, mais feliz, recuperado definitivamente e pronto para fevereiro.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Ligeiro sussurrar

Estabeleça contato
Aqui em cima desse vulcão existe neve
Mas dentro queima
reine sobre mim,
Derreta a neve,
Faça-me por pra fora minha lava
E escorra comigo
E arda por fora.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Meme e Selo








A Samantha me presenteou com um meme e um selo, e tenho então que fazer minhas obrigações (até parece que é uma oferenda (risos), mas acaba sendo porque estou me mostrando mais do que em minhas poesias e textos. Vamos lá então. E grande ABRAÇO PERFUMADO SAMANTHA, obrigado! E aproveito para fazer tudo aqui mesmo, meme e selo...

01 – Gosto da noite. Sinto-me completo nela, seja para chorar, para encontrar os amigos, para fazer amor, para beber, enfim, adoro a noite e olha que não saio por aí mordendo pescoços (até queria) risos;

02 – Escrever. Gente, gosto tanto de escrever que tenho medo. Para onde vou tenho que levar caneta e papel e se não tiver, vai guardanapo, papel higiênico, o que vier pela frente escrevo e não tem hora, nem dia, é o tempo todo;

03 – Adoro praia. Ir a praia é um prazer que amo. Adoro ficar lá, quarando no sol, com muito protetor e bronzeador também. Tomo cerveja, água de coco, mergulho, nado, vejo o sol se por, escrevo. Adoro praia mesmo;

04 – Amo me apaixonar. Como até hoje só amei uma pessoa, não posso dizer que amo amar, então por isso digo que adoro me apaixonar. Conhecer alguém interessante, beijar, conversar, fazer amor, ficar em casa, preparar um jantar. Fico em pleno estado de tranquilidade e escrevo muito, sai muita coisa boa mesmo. Por esses e outros motivos adoro me apaixonar;

05 – Adoro ouvir música. Música me movimenta, me alegra, me entristece, me alimenta, me faz para de pensar, me faz sentir prazer. Não consigo viver sem música;

06 – Adoro estar com meus amigos. Estar com aquelas pessoas que encontrei e escolhi para comungar, crescer, ver crescer, confidenciar, confabular, ou seja, estar com meus amigos é um prazer indescritível, seja para o choro ou para a alegria, para eles poderem me ver recitando navio negreiro aos berros e batendo no peito e depois rirem da minha loucura sã, enfim, sermos amigos.

Essas são algumas coisas que amo fazer, tem muito mais, mas muito mesmo, mas não posso revelar tudo, se não canso quem ler.


Mas vamos às regras:

1- Exiba a imagem do selo “Olha Que Blog Maneiro”

2- Poste o link do blog que te indicou

3 - Indique 5 blogs de sua preferência e os avise

4 - Publique as regras

5 - Confira se os blogs indicados repassaram o selo e as regras.

6- Envie sua foto ou de um(a) amigo(a) para olhaquemaneiro@gmail.com juntamente com os 5 links dos blogs indicados para verificação. Caso os blogs tenham repassado o selo e as regras corretamente, dentro de alguns dias você receberá 1 caricatura em P&B.

7- Só vale se todas as regras acima forem seguidas.

Agora mãos a obra… É só seguir as regras e repassar!!!!

Grande e apertado Abraço Perfumado.

anestésico

Exercitando dentro de mim,
com esse espaço todo,
percorro lugares já visitados
descubro outros ainda intocados
não mexo, não é hora
é tempo de saber onde tudo está
assim observado, parto para outro ponto
Escorro, transcorro, corro
junto alguns pedaços,
arrumo algumas cores que combinam
viro alguns sonhos de perna para o ar
Danço, canso, manso
Lembro de algumas personas
Relembro algumas passagens
Desconheço, reconheço, estremeço
Algumas idéias me tomam
outras fogem com medo
aquelas outras por receio
Almejo certos horizontes
traço o mapa
encontro uma mina - ou explodo ou fico rico.
conduta, conduzo, construo
vagarosamente mudo de lugar
não posso acordar o sono
tenho muito por fazer
balbucio palavras ternas
converso com o intimo
sacudo, varro, lustro
percebo que esqueci algo
não me lembro o que é
rezo e peço tranquilidade
Choro ao ler cartas que pensei escrever e não fiz
e pelos abraços não dados,
como também por amores não externados
Conforto-me,
Contenho-me
Sorrio como criança
Por algumas besteiras
Sorrio como adulto
Por outras baboseiras
Aceno para o subconsciente que me olha
E se perde ou se acha
Saio pelo canto
e aí canto, depois encanto
e quando olho,
está tudo muito organizado, então
chacoalho, bagunço
não sou daquela forma
sou dessa e dessa
vou de um lado para o outro
E me vejo, exercitando
Nesse espaço todo, meio cheio,
nem tão pouco vazio.
estou dentro de mim

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

três noções

Manhã, tarde, noite.
Quão deveras é o passar do tempo.
Esse tic-tac nem sempre é ouvido.

********

Use quando for preciso,
sem restrições,
sem super dosagem,
sem alergias,
sem qualquer coisa de ruim:
use o beijo.

´´´´´´´´

Não adianta sair correndo, estou em ti.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Simples receita - contemporaneidade

Tranquilo e voraz.
Sorvo tudo, sirvo.
Soberbo sorveto-me.
Aqueço num resfolegar, respingo.
Desapareço, sumo.
Contando nos dedos para não antecipar.
Sujo, surjo, sinto.
Clareando, cantando consentimentos.
Naquele espaço torno a servir.
Ponho-me em mesa posta.
Sem tostar, sem haver, sem nodar.
Apenas pronto, portanto todo.
O que refrataria meu gostar.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Leve

Flores ao tempo.
Perfume ao vento.
Cores tantas e nada de sombras.
Vermelho sangue. Verde folha. Amarelo mostarda.
Azul, ah esse azul que me veste.
Pele ensaiando sentir daquele jeito.
Cantarolando, rindo descuidadamente.
Uma paz que invade.
Uma oração depois do dia se passar, agradecimento.
Um morno pensamento nos desejos.
Até saudoso de outras coisas.
Mas eu mesmo tranquilo.
Aquele mesmo menino-bicho-grilo.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Leitura - análise de mim.

Bom, passada a bebedeira do meu primeiro selo - Obrigado Samantha mais uma vez. Estou de volta para postar algo. Estava pondo uma poesia, quando decidi guardá-la para um outro momento, pois preciso comentar aqui algo que uma pessoa anonima deixou em meu blog. Não é a primeira vez que essa criatura passa por aqui e claro que morro de curiosidade em saber que é, apesar de as vezes pensar em alguém, mas isso não vem ao caso. das coisas que escreveu, destaquei a trecho a seguir:

"... mas que também me fazem pensar se perdeu alguma paixão ou que ainda a procura, como se de repente pudesse ressurgir ou surgir uma paixão... que o tire de seu terreno, que te deixe desarmado..."
***
Realmente pessoa que escreveu, creio muito no amor, na possibilidade de amar, de me apaixonar, de conhecer alguém que mude a minha história, que me faça crescer e cresça comigo, que tenha senso de humor, que me dê colo, que seja tudo que tiver de ser, mas que esteja comigo. Quero me apaixonar sim, mas não quero que ela se acabe com o despertar do dia, ou depois que eu tomar um analgésico para dor de cabeça. Estou aqui pronto (mesmo que não esteja tenho que afirmar) para viver. E acho que você foi bem sábio na interpretação de minhas palavras.
E para não ficar só por aqui, decidi mostrar a poesia que iria postar.
Embebedado de ti, escorro
Passo não passo e rio contente
Palavras ousadas pronunciadas ao pé do ouvido
E derreto, espanto os pelos do corpo
Tua mão esquerda sobre meus cabelos
E a outra desliza leve indagando minhas partes
Tua língua molhada e quente fala à minha pele
Teus dentes maltratam divinamente
Tu me sorve, me condensa
Me faz livre.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009


Gente, muito feliz, muito feliz! O primeiro Selo a gente nunca esqueçe.
Indicação da Samantha, http://nodivacomsamantha.wordpress.com/, obrigado minha querida. Grande abraço perfumado pra ti.
Seguindo a resgras gerais:

001 - Exibir a imagem do prêmio

002 - Postar o link do blog pelo qual recebeu o prêmio

003 - Escolher outros blogs para entregar o prêmio

004 - Avisar os escolhidos

E os escolhidos foram ( Os que recebem aquele abraço perfumado):
Abraço
Ouçam. O silêncio fala nesse momento.

************

Agora ele está assobiando e chupa cana ao mesmo tempo.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Uma noite e um dia - Paga uma única diária *3

Perdido. Cigarros, bálsamo, caixa de fósforos, conhaque, mel. Tem um clarão. Da para ouvir. Longe o mar. E o farol. Vento sul-leste-oeste-norte - bate estacas - cerca. Fazenda. Luar. Estrelas. Devaneios, pensamentos. Além de tudo aqui dentro. Não me acho. Acho que já passei por aqui. Rezo. Noite a dentro. último cigarro. Acabaram os fósforos. Desespero. Bebo, bebo. Caio. Apago.

Uma noite e um dia - Paga uma única diária *2

"Um vento morno soprando nesse fim de tarde".
( Um amigo que estava ao lado disse isso)
Varanda
Levanta e mostra-se
Aprende que a vida anda
desprende da incerteza
Garante o teu gostar
Entrega teus sentimentos
Deixa-se pleno, livre
Não lastima
Não esperneia
Não chora
Inaugura um novo ser em si
Desnudo dessas amarras
Chega das entrelinhas!
Percebe a vista
Olha para teu futuro
Ama teu instante
Anda, vai até a varanda
O vizinho toca seu piano
o vento a sinalizar
E a noite está quase chegando
Não há porque não sentir
Vai, leve.

Uma noite e um dia - Paga uma única diária *1

"... como amor que eu nunca encontrei,
mas existe em mim..."
(Da música "Grão de mar" de Márcio Arantes e
Chico César, interpretada por Maria Bethânia)


Despedida

Permeia tuas escolhas
Constroi ancoradouros
Horas tantas deixadas por ti
Não houve pretextos desta vez
Se quer desculpas
Apenas silêncio.
Não, não há mais porquê.
Não existe nada mais que nos prenda
Segue teu futuro, teu caminho
Estou no meu lugar
Ainda não saí, não mudei
Mas já tarda estar aqui
Já não é mais espera, apenas suspiro.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O alvo - A guerra que está prestes a ser travada - o amor

Esse estado de graça que as vezes me alegra, depois me confunde. Como se estivesse num teste de sobrevivência e a qualquer momento eu pudesse pisar numa mina e ela explodisse. E essa mina pode ser o coração, o corpo de alguém, que por um leve triz, falar, conversar explodirá uma paixão que mudará o destino de muitas pessoas que me cercam. Não consigo visualizar esse inimigo oculto, não consigo perceber pistas de onde passou, com quem falou. Não tenho um perfil desse perigo, apenas sei que está por aí, subvertendo o tempo, deslizando seu corpo nesses espaços em que ainda não estou. Mas o que tenho medo, é que esteja tão perto, tão a minha cara, que não consigo reconhecer. Em mim um frio na espinha que acontece tempo todo, mais ainda quando toca na sirene aquela música que balança meu corpo, faz espernear minha alma. Não sei o que acontecerá ao certo quando em frente ao paredão, os fuzís estiverem todos apontados para mim, se morrerei antes mesmo do primeiro tiro ou se ferverei sobre o ferro de suas armas. Nada de tristeza nessa hora, serei apenas carne exposta a mira, serei apenas espírito espasmando. Mas se essa prova de fogo for no campo e meus pés forem obrigados a ficar descalços? Que farei? Olha, não terei receio, passarei por cima de qualquer barricada, não haverá um fio de arame farpado que possa me segurar. Passarei por tudo. Morteiros irão ecoar sobre os seus avisando que eu, o alvo, estarei passando adiante, sem medo, sem se preocupar caso chegue ferido ao fim do combate. Tanques de guerra do exercito, aviões e navios, nada estará ao meu alcance, como a oração de São Jorge, estarei imune a qualquer veneno, a qualquer palavra, " ...os que tem pernas não me alcançarão...". Porque só o amor me tomará, só o desejo tornará minha carne mole e eu não poderei mais correr. E nesse momento, estarei tão fiel, tão entregue, que uma bandeira branca estará aos ventos, proclamando uma paz instantânea, mas não final, porque outras guerras serão travadas sobre os lençóis.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Diversos

É noite, tranquilidade.
Vazio de vista, completo de pensamentos.
Anti-monotonia, anti-reforma.
Comércio de palavras soltas - querendo se juntar.
Papos, conversas, monólogos.
Cerveja, cigarro, copos meados.
Flores chegadas, desenhos sobre corpos.
Samba no som sobre a mesa
Samba, samba
restos de horas do dia pra confabular.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

O livro - aquele que está no forno.

Hoje, vou começar a falar um pouco do meu livro que está no forno. Vai fazer quatro anos que cheguei a Salvador - realização de um sonho. Por todos os lugares que passei, muito escrevi, muito vivi e tudo que vivi de alguma forma está na minha escrita. Mas foi aqui na capital baiana que meus pensamentos tornaram-se mais intensos, mais nítidos e mais assoladores.
Tenho outros dois livros prontos, um de poesia e outro de cronicas, mas nunca deu certo publicá-los. Mas desde que aqui cheguei, já escrevi muito e organizei mais quatro livros, sendo que dois de poesias novas e os outros de poesias, fragmentos, desabafos, frases que venho escrevendo e não dava a devida importância.
E dentre esses quatro livros organizados, está o "Puros ensaios, Novos tempos". De certo, até hoje, é o que mais gosto, porque estou tão nítido, tão ensimesmado nele, que por isso me agarro a ele, porque são muitas lembranças, muitas experiências. E para não se adiantar de mais, paro por aqui e dou uma palhinha do que tem nele.
******** ********
“Versões de mim”

Puros ensaios,
Novos tempos, tantas horas,
Novas poesias,
Novos desleixos, suspiros de paixão,
Súbitas, eficazes.
Novas vertentes de mim,
O amor renasce e cresce...
O tempo todo em meu ser.
Nego-me deixar de exercer...
Minha missão de viver, ser, pregar,
Escrever o amor.
Novas fronteiras, outras versões de mim.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Desabafo

É bastante triste, mas sou eu.
Era para ser um segredo, um mistério.
Algo muito bem escondido de mim mesmo.
Mas veio à tona.
Está exposto, por cima de tudo.
Não há peneira escondendo, não há nada.
Mas só os que são sensíveis podem ver, perceber.
Sentado de baixo do chuveiro, deixando escorrer,
Como se ali esvaísse o que de mim não quero mais,
O que tenho de podar, esquecer.
E meu pensamento ao mesmo tempo que está em mim, corre.


*****
Uma lágrima em vez de um beijo. Deixado, largado.

Devaneios


Vapor, sussurro, desejo, unhas, ardor - banheiro, asfalto, capô do carro, uísque, gim tônica, gozo, espasmos e uma vontade louca de sair correndo e gritando seu nome.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Melhor dizendo

Um abraço perfumado ao sentimento, à sensação a flor-da-pele da querida Van.

É nítido tudo isso espalhado.
É como se eu pudesse ver além das aparências e perceber vestígios de você por aqui.
Bem na verdade não preciso ver além de nada, você ainda está em mim.
A casa toda sente sua falta. E como num desfecho sem nexo num filme água-com-açúcar, não sei bem se queria o mesmo fim, aquele fim que às vezes nos incomoda, noutras nos alivia após o coração apertado.
Nesse momento, penso exatamente o que estaria fazendo se estivesse aqui - talvez ainda estivéssemos deitados ou você já estaria a mexer o café na xícara.
Não sei o que ainda me prende a tudo isso, se a falta de ti ou a sensação de perda, que qualquer ser humano não suporta e nem quer suportar.
Não preciso de nenhuma desculpa para seguir em frente, de nenhum sentimento ruim para me desligar de você, porque o que bem sei, apesar de me sentir assim, é que sou forte, extremamente forte e muito mais apegado a mim mesmo, mais apaixonado por essa criatura que você resolveu deixar.
Eu não preciso dizer mais nada.
Só posso dizer, para não ficar o dito pelo não dito, que sinto muito, porque eu não saio perdendo, talvez nem ganhando, mas saio inteiro, saio eu o suficiente e me bastando.

Construto

No tudo que sempre quis
Nas horas do todo, pouco
Na vontade de tudo, todo
No consolo da noite, cama
Você a pairar meus sonhos

domingo, 11 de janeiro de 2009

olha só - Um sorriso, um beijo

Um tempo de pensar mais. A mancha que vejo na parede do mictório em que estou me relembra uma que havia no teto de minha casa e que eu ficava olhado quando tinha insônia, aproveitando para pensar na minha vida, nas coisas que eu queria para ela. Ao mesmo tempo, saía uma fumaça do meu copo de uísque estacionado sobre a base de granito preto e eu pensava mais e mais. Eu só queria tirar a água do joelho e me veio tantos pensamentos. Mas o que mais me ocorria eram sorriso e beijo. Duas funcionalidades da boca, aquela mesma que preciso fazer falar menos, acompanhar mais os pensamentos. Mas vamos primeiro ao sorriso. Queria me entregar aquele sorriso. Olhou-me determinada vez como tantas outras e sorriu. Mas sorriu despretensioso, pelo menos é o que acho, e aquilo me fez sorrir também. Faz tempo que venho observando, que olho, que encaro e muitas são as correspondências para com o meu olhar, o meu sorriso, mas se mantém distante, às vezes me toca quando passa, mas me lembra bem a música da Ana Carolina – “Dois Bicudos”, não que eu seja um, sou na minha, sou tímido quando se fala de paquera, de chegar junto, mas creio que demonstro bastante o meu querer. Mas só sorri de longe, nada mais.

Depois veio o beijo e por incrível que pareça a música que toca agora é “Aquele beijo” da Bebel Gilberto – foi pura coincidência. Não foi a mesma pessoa quem beijou e infelizmente não fui eu quem beijou nem essa pessoa, nem outra. Mas houve um beijo após um sorriso que me marcou. Da mesma forma que acontecia comigo na noite, se olharam, sorriram bastante, dançaram como se mostrassem seus corpos um para o outro. Sorriram mais e mais, foram se encostando, até que veio o beijo, mas não foi um beijo qualquer, foi aquele que primeiro encosta os lábios durante a dança, separam-se um pouco, tornam a dançar mais juntinhos, bochechas se recostaram – e eu como mero observador, podia sentir a respiração de ambos, os corações batendo mais acelerados. E então, o beijo deveras, demorado, desejado, abraçado, sentido. Enquanto isso, eu também passava os olhos sobre a figura do meu desejo, que volta e meia me olhava, sorria e não encostava, nem eu, não beijei. Só sorri.
********

Aí me pergunto: porque pensar tanto? Porque não sorrir menos? Porque não beijar?
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Mas a grande questão-afirmação, em outro momento proposta por mim aqui é:
Alguém por favor, explica onde deve ficar esse desejo.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Esquisito - intensidade sem fim de segundos vividos

Espalhe um pouco de você por esses lados.


----------- Por aqui meu amor, cuidado para não bater a cabeça nos galhos das árvores.


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Alguém por favor explica onde deve ficar esse desejo.
&*&
Sabe aquela música? Ela está tocando agora e a cama nos chama.
*****
Rascunho salvo automaticamente.
Esqueça, é parte do passado,
aquele de minutos atrás que você não prestou atenção.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Sem nexo

Aquela parte de mim que estava um pouco calada, meio que escondida, parece querer se revoltar, desnudar-se e sair correndo pelo meio da rua.


****

Certo de que ali é um horizonte perto, sigo em frente.



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Uma xícara de café por favor.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Um dia desses - quando não entendemos o que se passa.

Levantou-se da cama num pulo só, numa destreza sem tamanho. Espantei-me com aquilo, jamais havia visto agindo daquela forma. E eu não fiz nada, apenas fiquei calado enquanto falava, falava e falava. Bem que sabia que eu não gosto de conversar depois que fazemos amor, apenas quero que recoste a cabeça em meu peito e fique ali. Acendo um cigarro para nós dois e ficamos ali. Nada de banho, apenas os nossos corpos juntos, suados, entregues e cansados. Mas naquele dia achou de falar, discutir uma relação de anos naquele momento e eu apenas ouvia. Teve um determinado momento em que se virou, olhou nos meus olhos e perguntou se eu amava, fiz que sim num gesto comum, mas parecia sentir dúvida, não sei. Nesse momento levantou-se num assombro sem precedentes. Num piscar de olhos vestiu-se e foi saindo enquanto riscava o fósforo para queimar o cigarro preso aos dentes, foi se dirigindo à porta e antes de batê-la, virou-se e disse com os olhos cheios de lágrimas: você é insensível.
Não tive reação alguma com aquilo tudo, fiquei estático. Depois de um tempo parado na mesma posição e de ter fumado uns três cigarros, pensei em ligar, pensei em sair à procura, mas decidi dar-lhe um tempo, ou mesmo, me dar um tempo para entender o que havia acontecido. Estamos juntos a mais de três anos, não moramos juntos porque gostamos da liberdade de ir e vir, nos respeitamos, nunca traí, temos amigos em comum e amigos diferentes. Saímos juntos e separados, decidimos juntos comprar os três gatos, bem como os nomes deles. Não somos tão parecidos e isso é que sempre deu o equilíbrio.
Lembro-me como se fosse hoje como nos conhecemos, no dia do aniversário da cidade, estávamos num bar, sentados no balcão, distantes cerca de uma metro um do outro e depois de várias doses de gim tônica tive coragem de lhe chamar para sentar ao meu lado. Daí foram outras tantas doses na noite e outros tantos dias para rolar o primeiro beijo e mais outros dias para irmos para a cama. Damos certo porque conversamos muito antes de tudo acontecer. Sinceramente não entendo porque está agindo desta forma. Decidi então tomar um banho, sair desse estado de letargia que me invadiu e assim, quem sabe achar uma solução. Já debaixo do chuveiro, lembrei do primeiro presente que lhe dei, quando fizemos três meses de namoro, comprei dois ingressos do show de Virgínia Rodrigues, cantora que me apresentou no primeiro jantar que fez pra mim em sua casa. Nossa, que dia mágico! Porque tudo isso está sendo deixado de lado agora? Porque tem de agir dessa forma? Será que não compreende que cada um tem sua forma de amar e de demonstrar?
Quando viajamos juntos certa vez, fomos para o Delta do Parnaíba, olhou pra mim no ônibus, já no meio de percurso e perguntou o que eu achava da nossa relação, com palavras poucas, disse-lhe que jamais havia estado tão tranquilo e feliz e sorri. Ficou sem falar nada por um tempo e me disse que me amava. Dei-lhe um beijo de olhos abertos, para que pudesse ler em minha íris que sentia o mesmo. Mas parecia querer ouvir da minha boca e eu não disse. Meses depois, em seu aniversário, preparei uma festa surpresa com poucos amigos, estava presente sua família e a minha também, quando chegou a minha casa e viu aquilo tudo encheu os olhos de lágrimas e me abraçou. Disse-lhe naquele momento, bem baixinho, sussurrando mesmo em seu ouvido: minha vida, meu amor, minha paixão, não saia jamais da minha vida. E assim desabou em choro de vez, todos perguntavam o porquê e disse apenas que era felicidade e sei que era mesmo, eu podia sentir seu coração falando para mim.
Sua mãe tem uma verdadeira adoração por mim, já seu pai é bem parecido com o meu, calado e sem demonstrar qualquer sentimento. Mas no fundo, sabemos que aprovam a nossa relação. Minha irmã mais velha, numa tarde em que estávamos todos na casa de meus pais, disse a nós dois que um dia queria encontrar um amor tão forte e verdadeiro como o de nós dois, fiquei tão feliz com isso que não soube o que dizer.
Tomado esse banho, acho melhor eu ir atrás, não quero que fique pensando besteiras, por mais que eu não saiba o que esteja se passando naquela cabecinha. E eu não quero perder jamais esse amor.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Estampado

Decidi criar um estampado.
Colocar cores muitas, mas principalmente as cores que você mais gosta,
Porque também as amo.
Quero me entregar mais,
Não quero chorar por sua falta.
Fica comigo, não vai mais uma vez, eu não suportarei.
Não aguento ouvir nossas músicas sozinho.
Sabe aquele nosso sonho de ter uma casa a beira mar?
Vamos realizar, vamos ficar juntos!
Esse estampado é tudo que somos, sou eu.
Você adorna tudo isso, completa.
Vamos ficar juntos!

Parte de mim - o que vira escrita...

Os que me olham, me sentem e me acomapanham

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