quarta-feira, 9 de março de 2011

Pra falar de amor

"... Pra falar de amor
Use o coração
Ouça seu desejo
Siga a paixão
Tire os pés do chão..."

Vânia Abreu


Queria falar de amor, mas a ópera que toca não me deixar pronunciar nenhuma palavra. E deitado, olhando o teto, solto em pensamentos, percebi que não cabe nesse momento falar de nada, porque é tudo tão limpo, nítido. Teus olhos tão leves no olhar, no ver tudo ao redor, tu sorris com eles e quando junto à boca, tudo é mais luminoso. Tua beleza é maior, tamanha, que chego a me espantar. Estar contigo é tão mágico, tua maneira de afastar os cabelos dos olhos, de rir de tudo quando acha graça. De buscar minha atenção, mesmo que seja me fazendo cócegas. Amo-te. Mas te amo pleno, sem medo do amanhã, dos dias tristes, das coisas que outrora podem vir a amargar. Amo desigual, crescente, fácil, justo. É mais que um amor de carne, de coração, és amigo, és cúmplice, mesmo quando bates de frente, quando não gosta de algo, porque me falas a verdade, mesmo que ela venha a doer momentaneamente. Lembrei quando tomamos aquele porre de vinho ouvindo a Maria Callas, parecia que o mundo ia se acabar e por isso bebíamos, bebíamos e catávamos e dançávamos – um dia mágico que sempre me toma os pensamentos. Como é bom saber de nós, do nosso tom acertado, do nosso encaixe. E todas as vezes que te vais, porque assim faz-se necessário, morro de saudade, espero-te, amo-te mais ainda, porque a distancia maltrata, mas também alimenta. Desejo que os dias passem, voem, para eu poder reencontrar teus olhos, tua boca, teu jeito expansivo. Escrevo-te porque hoje não quero falar e ópera realmente me cala. Mas estou aqui, pronto, esperando tuas mãos, tua voz, cheiro, suor. E por aqui fico, ouvindo a Maria Callas, tomando nosso vinho preferido, enquanto minha alma e meu corpo clamam por ti.

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Parte de mim - o que vira escrita...

Os que me olham, me sentem e me acomapanham

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