terça-feira, 10 de abril de 2012

Da porta pra fora, Da porta pra dentro – o assovio da besta.


Quando do frio com dor e a febre que assola. Quando do calor sem vento, que a água escorre sem pena. Quando da apatia do sorriso, que a multidão se utiliza para disfarçar o dissabor. Quando da explosão de silêncio que as bestas impuseram, que o fino estalo da grama seca se torna um estrondo. Quando se lembrar da frase ‘... E os cães sempre hão de latir enquanto a caravana passar... ’. Tudo se remete ao caos e ao vazio, a insignificância com que tudo sempre é olhado, mas não é visto. Atônito. Cansado. Congelado no olhar mortal e fatal dos seus próprios olhos perante o espelho. Costumam se lembrar e acreditam que o passado foi melhor por esse ou aquele motivo, quando na verdade não escrevem uma linha sequer de uma história coesa. O que causa o vômito fétido e podre e nojento é a submissão ao nada, ao sem noção e os nacionais continuam sendo surrupiados e abandonados e enganados por aqueles mesmos vagabundos, covardes que sempre estiveram no ápice, postos ali para enfeitarem a mesa macabra do inferno que é o céu de prazeres e luxúria e ganância e inveja. Mas tudo não passa de um jogo bem jogado de toca a bola entre eles fazendo outros nós de bobinhos e a doença se alastra feitos formiguinhas indesejáveis e asquerosas que infestam a casa após um cano estourado, de onde escorre o doce e a sujeira do andar de cima. Nada de derrame de ousadia. Nem mesmo súbito entendimento e força para apertar o gatilho. Enquanto o assovio do vento que sopra na quina da porta a besta em muito já correu rua adentro, gritando: inclua-me fora dessa. 

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Parte de mim - o que vira escrita...

Os que me olham, me sentem e me acomapanham

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