domingo, 2 de novembro de 2014

Pulando em rio corrente ou Líquido amar

Uma vez mais, apenas mais uma vez. Assim fui repetindo até adormecer. O estado inebriante que fiquei apenas me fazia pedir: mais uma vez... É que seus beijos me deixavam tonto, animado, mas tonto. E de tantos beijinhos peguei no sono. Amar é uma forma nem tanto lúcida de mergulhar de cabeça em águas correntes e esse perigo me deixa com gosto de beijo na boca. Quando despertei no meio da madrugada, fiz-me mais grudado em seu corpo. Peguei seu braço e coloquei sobre mim, Queria ter mais junto de mim. E de tanto querer tenho. Agora, justamente agora existe o despertar e como flor que desabrocha, lanço-me, ávido sobre sua pele com os beijos recolhidos na noite anterior. A sensação de devolver-lhe amor é tão intensa que fervo e ponho-me a desaguar em suor. Se as águas tem de correr, escorro. O jeito que me olha, num misto de sono e desejo me faz rir. E rio como menino quando ganha o presente desejado, não sabe se grita, se rir mais alto, se chora, se sai correndo ou só olha ou brinca e degusta cada momento único ao lado do presente tão desejado. Assim me sinto agora, justamente agora que escorro em paz de ter aqui quem tanto amo e me olha com súplicas de me deixe dormir mais um pouco ou ardor de continue essa brincadeira de devolução de beijos e me divirto mais ainda diante dessa dúvida. Se amor é rio em correnteza - sou a própria corrente d'água. E o que mais quero é me molhar. Como vê que não desisto, entre o espreguiçar e o definitivamente abrir os olhos, puxa-me com certa força e me engata em meio as penas e braços e sou eu o presente que não pode ser deixado de lado. E neste desfecho de água que corre, recomeçamos de onde paramos, brincadeira séria de amar.

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Parte de mim - o que vira escrita...

Os que me olham, me sentem e me acomapanham

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