sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Amor de dentro - ou Não apalpável

Bem que poderia ter rosto,
mostrar-se, possuir corpo,
mesmo que esguio, magro ou acima do peso,
mas corpo que desse passos,
que andasse e seguisse noite a dentro,
dia a fora.
Bem que poderia se ver no espelho,
abraçar-me, afagar meus cabelos.
Poderia ter nome, dizer-me palavras doces,
sentaríamos à porta de casa nos fins de tarde,
conversaríamos banalidades,
frivolidades sobre os transeuntes e riríamos a beça.
Se estivesse triste, mesmo que por instantes,
faria-lhe cócegas para que mostrasse os dentes e arfasse um riso solto.
Mas esse amor não se fez,
não tem rosto, nem corpo,
não lhe dei nome, nem posso já que não o vejo,
de nada tenho de sua presença concreta,
mas o sinto queimando, pulsando dentro de mim.
Sinto como calor as vezes,
noutras como frio e encosto debaixo do cobertor.
Mas sempre sinto,
aqui nesse peito.

Parte de mim - o que vira escrita...

Os que me olham, me sentem e me acomapanham

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