terça-feira, 5 de abril de 2011

Do vôo da mosca à espera da aranha

Horizontalmente seco, rachando o sentir, inchando frases com engano, verticalmente olhando a aranha que tece sua teia louca no canto da parede, entre a pilastra e o teto.

*

*

Ela estava ali sentada, sabia o que viria depois, mas mesmo assim se mantinha calma, afinal era o que queria o que desejara nos últimos meses. Pecado! Isso sua mãe pensaria, mas ela não pensava desse jeito, sabia que sentir prazer não era pecado, apesar de ter ficando tanto tempo se policiando, deixando de se entregar aos homens, mulheres, objetos que hoje lhe dão tamanha grandeza de viver. Quanto tempo perdido e talvez por isso hoje viva com tanta intensidade. O mundo é livre e as pessoas também. E ali sentada, pensava nisso tudo e ansiava que aquele homem lhe tomasse pelos braços e a mulher caísse em meio as suas pernas, mas ainda estavam todos num prelúdio calmo, regado há um bom vinho tinto, ao som de uma guitarra espanhola. Enquanto isso suas entranhas minava, sua boca salivava, até que o interfone tocou, mas um convidado era anunciado e ela deixou de lado a tranquilidade, mas levantou-se certa e tirando a roupa foi receber o rapaz que aparecia a porta. Chegava o momento do ato principal.

*

*

Palavras dedicadas, línguas endurecidas, mãos delicadas, entre o entrar e o sair, ficar. A aranha come a mosca em sua teia úmida.

2 comentários:

Camila Barbosa disse...

gostei do seu blog. muito legal.
dá uma passadinha no meu e veja nosso novo projeto "Menina da Cabeça de Bola". espero que goste.
Logo voltarei com mais tempo.

Beijos

Camila Barbosa disse...

gostei do seu blog. muito legal.
dá uma passadinha no meu e veja nosso novo projeto "Menina da Cabeça de Bola". espero que goste.
Logo voltarei com mais tempo.

Beijos

Parte de mim - o que vira escrita...

Os que me olham, me sentem e me acomapanham

Contador de visitas

Contador de visitas