quarta-feira, 18 de maio de 2011

Sabiás em vôos brandos, gato branco, sorriso verdadeiro, transmutações e outras histórias musicadas.

Um abraço perfumado, transmutado em luz e enviado aos céus
para quem não chegou a me dizer o que achou do
meu primeiro livro de poesias. Ao amigo Àtila Lueska.

*

Essa noite eu tive um sonho... Sonhei com uma fotografia. Não dessas digitais, que bloqueiam parte do nosso imaginário, mas uma fotografia mesmo, impressa, revelada, posta num papel apropriado. Era a foto de uma cachoeira, uma pedreira enorme, de onde caía do alto volumosa queda d’água. Parecia ser somente uma paisagem, mas o que me chamou a atenção foi uma coisinha miúda que estava no meio do lago que era formado pela cachoeira. Era uma pessoa, talvez eu mesmo ou um amigo, mas o que realmente importa, é que eu percebia no sonho e acabo entendendo agora que na vida real também, tudo é tão grande diante de nós, mas isso não quer dizer que somos insignificantes, pelo contrário, quer dizer que temos o devido tamanho, cabido e imaginado para nós. E quem imagina? Quem compõe isso? Para muitos pode ser Deus, algum não deus, orixá, caboclo, Maomé, Jeová, Buda, força universal invisível, mas isso também não importa, porque estou falando de seres humanos e nós temos uma força gigantesca nessa parada, mas nem sempre percebemos e nesse caso, só vemos a cachoeira na fotografia. Sei que depois de ver bem essa bendita fotografia, na verdade ficar olhando e percebendo um monte de coisas nela e dentro de mim, eu saía de casa, sem rumo e andava bastante. Quando já estava cansado de tanto andar, pegava uma condução e voltava para casa, logo em seguida acordei. “... Tem pena d'eu (Sabiá),
Diz por favor (Sabiá)...”

**

Hoje aprendi a sorrir e aprendi contigo. Engraçado isso, o fato em que num momento de dor, de partida, de eu não poder mais conversar contigo e ver você dizendo que adora viver, justamente nesse momento eu aprendi a sorrir e foi contigo. Mas não sorrir de qualquer jeito, mas do sei jeito expansivo e por tantas vezes barulhento, sorrir, cair da gargalhada em um ‘muá’.

***

Existia um tempo em que ateus acreditavam serem filhos de Xangô. Época em que o sorriso era livre e pensando nisso, lembrei da canção: “... O orvalho vale a flor, que nasce desse prazer, nesse lampejo de dor, meu canto é só pra dizer, que tudo isso é por ti, eu vi, virei estrela...” e creio que seja isso, que muita coisa vale à pena, que é por isso que a flor brota, é isso, é por ti, é por nós, a sabiá voou, virou estrela, vivia sorriso, agora vive luz. Transmutou o pensar, saiu do tempo óbvio, do espaço contexto prático, saiu para brilhar nas entrelinhas, no doce sonoro bailar, nas rodas de músicos que cantam e tocam a vida, o amor, a amizade – “ Tu que andas pelo mundo, tu que tanto já voou...”. Existia um tempo em que tudo eram flores e cores e nem nos dávamos conta, dizíamos o quanto às pessoas eram importantes em nossas vidas, demonstrávamos carinho, mas hoje perdemos esse tato, já não somos tão preocupados assim, como costumamos fazer ao gato branco que adora roçar em nossas pernas e empurramos para longe. Gatos gostam de aconchego, humanos também, por isso amemos os gatos brancos, rajados, pretos, de raça, da rua, amemos.

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Essa é minha forma alegre e prática de ver o mundo e entender as coisas. Escrevo. Ponho em papel alguns pensamentos vertiginosos, para tornarem-se um pouco mais fáceis de entender. Talvez seja como uma fotografia de paisagem com alguém no meio da lagoa ou quem sabe como um gato branco que se esfrega nas pernas dos outros ou ainda como uma sabiá cantante em manhã chuvosa, alguns pensam que ela canta de tristeza por cinta de não poder voar leve outros pensam que é porque ela vê a chuva molhar a terra e trazer boas novas. De qualquer modo, tudo na vida tem lados opostos, nós é quem decidimos para onde olhar.

2 comentários:

Nayara Borato disse...

Olá, desculpe invadir seu espaço assim sem avisar. Meu nome é Nayara e cheguei até vc através do Blog ponto final. Bom, tanta ousadia minha é para convidar vc pra seguir um blog do meu amigo Fabrício, que eu acho super interessante, a Narroterapia. Sabe como é, né? Quem escreve precisa de outro alguém do outro lado. Além disso, sinceramente gostei do seu comentário e do comentário de outras pessoas. A Narroterapia está se aprimorando, e com os comentários sinceros podemos nos nortear melhor. Divulgar não é tb nenhuma heresia, haja vista que no meio literário isso faz diferença na distribuição de um livro. Muitos autores divulgam seu trabalho até na televisão. Escrever é possível, divulgar é preciso! (rs) Dei uma linda no seu texto, vou continuar passando por aqui...rs


Narroterapia:
Uma terapia pra quem gosta de escrever. Assim é a narroterapia. São narrativas de fatos e sentimentos. Palavras sem nome, tímidas, nunca saíram de dentro, sempre morreram na garganta. Palavras com almas de puta que pelo menos enrubescem como as prostitutas de Doistoéviski, certamente um alívio para o pensamento, o mais arisco dos animais.

Espero que vc aceite meu convite e siga meu blog, será um prazer ver seu rosto ali.
http://narroterapia.blogspot.com/

Anônimo disse...

bonito. eu ainda escuto aquela gargalhada.

Parte de mim - o que vira escrita...

Os que me olham, me sentem e me acomapanham

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