sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Boneca de pano, bola de meia

Infantil idade em que os consolos eram em forma de presentes e as brincadeiras de pega-pega, cabra-cega, “ciranda-cirandinha-vamos-todos-cirandar”, regadas ao som do “show-da-xuxa-angélica-mara-maravilha-eliana” tomavam boa parte do nosso tempo. Onde namoro não passava de pegar-na-mão e beijo-no-rosto. E no clube da Luluzinha se conversava sobre o mais novo aluno da classe ‘A’ e na reunião do Bolinha os garotos só falavam de futebol. Bons tempos em que as broncas de mamãe eram pelos pés no chão ou por comer brigadeiro demais.

Aniversário do amiguinho da casa ao lado tinha muito Ky-suky de tangerina e guaraná, bolo com recheio de ameixa, pipoca e lambada, em que os meninos competiam quem dançava mais e melhor. Os desenhos animados com seus heróis e heroínas, os filmes de animais e os quadrinhos da Tuma da Mônica eram o passa tempo predileto.

Grande inocência e felizes éramos, pois não dávamos importância a dinheiro, a não ser que fosse para comprar bolinhas de gude, figurinhas na banca ou sorvete no carrinho com sininho. E as guerras eram apenas de travesseiro. Bons tempos aqueles. A primeira paixão, normalmente por uma pessoa mais velha e cartinhas de amor.

Mas foi então que o tempo correu, na escola a preocupação passou a ser o vestibular, deixou de existir os 1º e 2º graus para dar lugar aos ensinos fundamental e médio. As novelas não são mais do tipo carrossel e sim malhação. O dinheiro é para comprar roupa, perfume e maquiagem ou para tomar aquela cervejinha no fim de semana, ou até mesmo no meio. As guerras são de balas de fuzis e estão nos nossos desenhos animados e gibis.

Muita coisa perdeu o sentido, a boneca de pano, o futebol com bola de meia, o namoro tem de ter sexo e o mais drástico – mamãe não luta tanto pelos vermes e sim pelas drogas em seus filhos. Como a infância se perdeu! Infância agora é só até os sete anos de idade, daí então tudo é muito liberal e o “clube-da-luluzinha-e-do-bolinha” é em mesa de bar e as conversas, bom, essas...

Bons os tempos da infância.

Parte de mim - o que vira escrita...

Os que me olham, me sentem e me acomapanham

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