quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Palavreado - De boca para fora

Espalhado. Com o espantalho espantando todos os corvos abutres gentes. Esparramado como pé de bucha sobre a cerca sendo-a própria viva. Aquele algoz está minguando, será na lua nova que dará o último suspiro. Quanto ao que será feito da casa vá se saber pelo fim do verão; até lá muito calor sol ardendo o coro cabeludo rios de suor descendo pelo rego; desta forma não se pensa pouca atitude bastante cerveja gelada porque não há dinheiro para ar condicionado então condiciono o ventilador ligado constantemente soprando um vento morno. Noite passada houve um germinar de saudade mas danei a derramar água fervendo sobre o broto e sobre o ralo pois tinha um rato enorme querendo sair; não suporto ratos baratas e muito menos ervas daninhas; tudo que não presta rende. As três mulheres coloridas ficam olhando para um lugar que não se vê e isso chateia; não podia tornar a ser escravo do sistema ou melhor continuar sendo escravo deste senhor louco; quebrei as amarras armei varais chumbei suportes para rede; verão é verão e rede balançando ventila também. Assim pelo fim quem sabe um tanto de paz de poucas contas de geladeira farta; Dando por vez o sono não dormido durante a noite caio pereço até o entardecer.

Um comentário:

Breve Leonardo disse...

Por minha grande falta de jeito, mas com o desejo de também partilhar o espírito desta quadra, partilho de Vitorino Nemésio, um outro Natal,

«Percorro o dia, que esmorece
Nas ruas cheias de rumor;
Minha alma vã desaparece
Na muita pressa e pouco amor.

Hoje é Natal. Comprei um anjo,
Dos que anunciam no jornal;
Mas houve um etéreo desarranjo
E o efeito em casa saiu mal.

Valeu-me um príncipe esfarrapado
A quem dão coroas no meio disto,
Um moço doente, desanimado…
Só esse pobre me pareceu Cristo.»

Com um sincero desejo de uma quadra plena,
Um imenso abraço,

Leonardo B.

Parte de mim - o que vira escrita...

Os que me olham, me sentem e me acomapanham

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