sexta-feira, 6 de maio de 2011

Casa Ver[de] - Poema/prosa em construção

Para se ler/sentir ouvindo Vinicius de Moraes e Baden Powell ou Glória Bonfim


Acima da cabeça a fumaça enfeitada, mosquiteiro dependurado, ao lado o galão de água vazio, entre notas psicodélicas em psico-trance-ultra-moderno-jazz-blues-bate-estaca, sentado em lótus, divagando um pulo só, enquanto os outros se esbaldam e dançam parados. O famoso turco não está, o cobrador se perdeu. De bochechas vermelhas o de cabelos de anjo cintila rindo, enquanto quatro paredes brancas de teto com goteiras goteja desvairadamente parte da chuva lá de fora. Sonâmbulos gatos diurnos que entraram pela noite, o ventilador tragoso girando, severo, o cheiro misto de banho tomado e ervas. Depois eles tocam, acreditam no externo, no de dentro, que mesmo que caia louca, uma chuva, o violino não desafina, apenas corre, corre, a água limpando telhado incrustado, limo, limbo.Enfrentando o descartável, firmando pés, mãos, raízes, cantam, dançam, divertem-se, gritam, ela eufórica, bate pés, mãos. O outro, só olha, bebe, fuma. Lembramos de Allen Ginsberg e seu Uivo. Que falta faz a menina de Iemanjá com Oxum e a risada desenfreada e estrambólica daquele outro rapaz. Solta os bichanos. E a tela, o vazo azul imitando laca chinesa. E ela que nos une, corre pelo eternit. O anjo dizendo: mal, mal, me passei total. Aliás, adoro viver! Precisamos de ritmo, entraram tantas pessoas temporais, ronronando, viajando. Só falta você 'el bigodon!', ninfeto siciliano, só falta você. Batidas agitadas no violão e vendo-o tocar, penso com é bom tocar um instrumento...

Um comentário:

Márcio Ahimsa disse...

em construção, a pura linha entre o rir e chorar, enfim, embevecimento...


Abraço.

Parte de mim - o que vira escrita...

Os que me olham, me sentem e me acomapanham

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