anyway...
Estou com a nítida impressão de que
irá chover. Está faltando mais pouco do que tudo. Esqueci meu guarda-chuva em
algum lugar. Mas também como não haveria de esquecer? Tem coisas que nasceram
para serem esquecidas. Mas estava falando do pouco que falta diante de tudo que
já se tem. A calmaria que sempre busquei. Assim estava por aqui. Mas tu vieste
balançar meu barraco, tirar tudo do lugar e me mostrar que tudo não passava de
uma aparência. Porque diacho apareceste? Diz! Tu chegaste com essa turbulência toda.
Contigo, atrás, no meio de ti, vento. Essa ventania saindo de tua boca. A energia
do contraste. Espalhaste tua farofa, mexeu com meu axé e ainda querendo ir mais
além. Tudo ficou por um triz. Vieste instaurar o caos. Enquanto pensava que meu
couro era duro, que nada seria capaz de me tirar do prumo, que de fato muito
pouco faltava perante o todo-tudo. E esse tiquinho não mexia comigo, não me
ouriçava. E foi por essa fresta que tu adentraste. Um ratinho, um serzinho minúsculo,
que não metia medo em nada e nem ninguém. E foi na tentativa de te matar que me
mordeste o calcanhar. Transmitiu a erupção, maremoto, o espasmo, febre,
delírio. Não fui e não sou sem convicções. Longe disso. Mas é que tua força se
fez. E tua força dorme junto com a paixão. Foi esse veneno que a princípio me
fez desmoronar. Depois que meu sangue se transformou em soro, que meu corpo percebeu
que não podia e nem devia lutar. E uma vez entregue, ficou evidente que falta
muito de tudo e pouco é o tempo. Mas do pouco espaço de tempo que tenho, quero
sair por aí em meio a tua ventania. Afinal, toda essa força que o amor tem, não
tem como prender.
Nenhum comentário:
Postar um comentário