terça-feira, 19 de maio de 2009

Eu e os cinco

Sempre fui anunciada por eles como a menina de voz forte e marcante. Em cada apresentação um deles se encarregava de lançar meu nome depois dessa maldita frase. Ruy, Pedro, Luiz, Carlos e Armando. Eles tocavam um blues e um jazz muito peculiar, cheio de ginga, que se ouvíssemos de longe e nesse momento fechássemos os olhos, pensaríamos estar num casebre transformado em bar num certo bairro norte-americano, com muita fumaça de cigarros e muitos negros dentro desse local. Assim os ouvi da primeira vez e nesse mesmo dia pedi-lhes durante o intervalo que me deixassem cantar uma música na segunda parte da apresentação. Depois de se entreolharem me permitiram receosos, afinal não sabiam quem eu era; de onde eu vinha. Subi ao pequeno palco de cimento que ficava no canto do bar e cantei lindamente, sem modéstia nenhuma, a canção Sophisticated Lady que a Billie Holiday interpretou extraordinariamente, e a cada frase que soltava mais as bocas deles se abriam, os poucos expectadores começaram a prestar atenção no quinteto e naquela menina, e eu, ardia em pleno palco. Cantava com todo meu útero, queria deixá-los sem fôlego, sem chão, não foi à toa que os aplausos foram convincentes ao fim da musica. Fui ao bar, pedi uma dose de gim tônica e acendi um cigarro. Algumas pessoas vieram me cumprimentar e eu sentia todos os cinco me olhando lá do palco, tocavam lindamente tentando me fazer prestar atenção, solavam, mas eu nem lhes dava bola. Foi assim que nos conhecemos...

Para continuar lendo o conto ir para o blog: Plínio Gomes

Um comentário:

Leonor Varela disse...

No vendaval da Vida
Ter novo horizonte
Beber na doce fonte
Ver o nascer do sol
Limpar meu coração
Pegar um girassol
Ofertar aos meus amigos
Reviver a esperança
Feliz como uma criança
Vivendo essa emoção.
um beijo

Parte de mim - o que vira escrita...

Os que me olham, me sentem e me acomapanham

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