Passou por si, virou-se em mim,
mergulhou no íntimo e foi-se.
Vasculhou meu olhar, não satisfeito...
Tocou-me profundamente e esperou reação...
Não tive saída, suspirei devagar,
olhei nos olhos e nada pude falar,
arrancando-me um beijo demorado,
Fez meu coração em muito palpitar
e o degelo do meu corpo quente em suor.
Voltando a fitar minha íris...
Em mim sorriso consentimento lapidou-se: veneração.
Entreguei-me ao jeito seu de ser.
Abri-me ao desejo pleno, permiti.
Meus pensamentos devaneios tornaram-se compreendidos.
E vesti-me com seu corpo e a geleira não derretia só em mim.
O meu mergulho em sua alma adentrou.
Tocando e vendo nos postos de visão,
o seu desejo rápido e duradouro.
O meu tempo se fez inerte às suas horas,
e nossos corações ritmaram juntos,
no espasmo desse instante,
tão furtivo encontro de prazeres.
2 comentários:
Belíssima poesia!! Esse momento do encontro ancorado num desejo explícito de amboas as partes é realmente mágico... vc descreveu metricamente e ritmicamente muito bem isso!
parabéns!
...tão furtivo encontro de prazeres, desses tão almejados e perdidos, esquinas esquecidas, no âmago dissonante dos nossos corações: ah, aqui mora o labirinto das descobertas, onde voa longe, como pluma alva, o branco da inevitável verdade, voa para constelações invisíveis, o brilho inevitável do amor que, agora, é pétala debulhada em beleza, em riso, em harmonia. Tamborila, tum, tum, tum.
Parabéns amigo. Espero que permita-me, pois me permiti intertextualizar teu poema com minha palavras.
Abraços.
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