domingo, 21 de março de 2010

Sobre dores, não amores e tempestades

Teu sorriso encantador faz descompasso nos corações, revela-te, e vai-te, com olhos caídos e sensuais... Nobre homem. Não o quero ao meu lado, afinal, foi você quem não aprovou o meu corte de cabelo, que disse que sou brega, foi você quem xingou a minha mãe, quem disse jamais ter consigo ter prazer de verdade ao meu lado, que só gozava porque pensava em outras pessoas, que quando me beijava imaginava lugares extraordinários. Foi você quem disse que eu não presto e que não sei cozinhar, que não converso, que quando abro a boca para falar não sai nada de aproveitável. Vai nobre homem, com seu jeito manso, que abarca o mundo, que conquista as pessoas, inclusive todos os meus amigos, vai... Segue rasteiro tal qual uma cobra. Não o quero mais em minha casa suja, não quero mais que beije essa boca vadia, que nunca tem o que falar, não o quero ao lado dessa filha de uma puta, esta que varou noite lhe esperando, com a comida sobre o fogão, essa que não te faz sentir desejo, não o quero mais aqui, sabe por quê? Porque apesar de eu não ser flor que se cheire, por longos treze, eu disse treze anos, você esteve ao meu lado, que por mais que existissem outras cadelas nas ruas, você sempre voltava com o rabo no meio das pernas, encostava-se a mim na cama, mexendo comigo, rijo, indecente, a fim de me acordar e me comer. Que comia toda a comida do prato, faltando lambê-lo. Sem falar que você me procurava na faculdade por eu ser a mais esperta, a mais desinibida, a mais estudiosa, que te ajudava nos trabalhos ou então você teria sido reprovado em várias matérias, sempre preparei teus discursos que você enchia a boca para falar na empresa. Não te quero, porque sou eu quem ri por último, porque eu quem sempre achou teu pau pequeno, que não suportava teu mau hálito de bebida e cigarro, que sempre te achou um burro, cuja única grande assertividade foi ter se aliado a mim, mas nunca deixei de te amar, de sentir prazer, porque eu te deixei me escolher, fui eu quem te fez esse homem, que você tanto ostenta. Eu. Então vai, se sai de perto de mim.

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Parte de mim - o que vira escrita...

Os que me olham, me sentem e me acomapanham

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