Sinuoso caminho
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Com fuso perdido entre horário e anti-horário.
Sinuoso caminho
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Oni saurê, aul axé
Ponho-me aos teus pés meu Pai.
Lança-me sobre mim Tua sombra benigna.
Faz de Tua limpeza a claridade de meus caminhos.
Não deixas que eu caia em desespero.
E que ninguém tire meu olhar do horizonte.
Que eu tenha respeito aos mais velhos e saiba com eles aprender o que se deve.
Dê-me saúde meu Pai e também paz no meu coração.
Que eu possa ser um condutor de Tua compaixão e luz.
Que eu só faça o bem.
Não permitas Pai, que eu caía nas armadilhas dos que me querem mal.
Esteja sempre como meu guia, meu escudo, minha proteção.
Agradeço-te e aos Teus pés me ponho.
Servo de Ti.
Esè Epa Bàbá
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Sonata de fim de inverno
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Nobre ofício do ser (Domingo escancarado)
Roda rodando descompensada, algodão doce azedando a boca, vento poeirento inundando os olhos de lágrimas, nebulosas formas de nuvens, um céu de meio dia a pino doendo à cabeça, mar sereno num vai e vem desgastante. Arrebenta o dedão do pé numa pedra solta na calçada, mais adiante pisa nas fezes de um cachorro de madame, suspira, respira fundo, o dia ainda não acabou, existe lutas a serem lutadas, perdidas ou quem sabe uma vitória antes de dormir. Tudo numa sincronia perfeita de desastre. Acreditava numa forma desigual de encontrar as coisas, de envolver o passado e preservar um futuro que eu queria que existisse que raiasse como sol de primavera, mas onde está tudo, em que casa abandonada se esconderam os meus sonhos sonhados? Passou o deságue, passou o jeito salgado de lágrimas, ainda está passando o gosto travado na boca da vodka da noite anterior. O que mais existe entre os átomos e o espaço que me separa do contexto enxuto do gostar de alguém e de realizar o gostar? Devaneios tolos em sons de guitarra, água gelada gelando a garganta e uma vontade enorme de gritar seu nome, de gritar algumas verdades que escondo de mim mesmo e eu constato que ando perdendo um tempo precioso, que nada mais importa, há não ser resolver essas indagas todas que me perturbam, enchem-me o saco. Tudo desconexo. Qual o sentido? Era tempo de flores, mas os jarros continuam vazios sobre a mesa, criado-mudo, aparador, geladeira, nada de cartões postais, nem menos cartas perdidas. Os jornais acumulados de uma semana, notícias depravadas, escândalos, horóscopos batizados. Nada de novo, tudo enormemente velho, saturado, feito o óleo dentro da panela que fritei batatas. Mas isso tudo é porque hoje é domingo e me bate ressaca moral, a solidão aflorando a falta de alguma coisa, de alguém que não lutei para ter perto de mim, desfecho de história sem graça, sem final feliz, sem príncipes e princesas, sem maças envenenadas, mas as bruxas existem dentro de meus pensamentos agourentos, e simplesmente desisto de pensar, basta uma aspirina, um chá calmante e adormecer sem ligar a TV. Pronto. È isso.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Sinhá Flor
terça-feira, 14 de setembro de 2010
Braseiro
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Linguagem - Pré/Pós - Do não caber em si
Parou quando encontrou a outra que ansiava por ela.
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Do morro, da oração - Sentir
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
De volta, envolta, volta
Quis que nada mais me perturbasse que eu não me deixasse mais me levar por caminhos desconhecidos. E por mais que eu sempre tenha sonhado em ver o mundo, em ser o mundo e não mais me caber, eu quis, quis mesmo, que nada fugisse ao meu controle, que tudo fosse mais previsível, mais atado. Andava assim, satisfeito com o que vinha acontecendo, mas comecei a perceber que andava ávido de mudança, de sentimento, faltava-me inspiração, cabia algo novo, diferente. Percebi que eu não consigo me comportar nas coisas moldadas demais, que sentimento é solto, livre, como pássaro que míngua na gaiola eu estava sucumbindo ao tédio, ao sem gosto, sem cheiro. Caí em si, caí em mim, que aquele modo de vida não era meu, não era para ser eu, jamais. Porque eu conseguia ver além, porque quando as luzes se acendiam enquanto eu passava era um sinal, porque a lua estava mais bela que o normal, porque as palavras tropeçaram em minha boca, e isso não é comum. Vi coisas que estavam em minha frente, mas que eu fechava os olhos para não ver, porque tinha medo, receio, dívida, covardia até a tampa dos olhos. Libertei meu ser, soltei os bichos todos, soltei os fantasmas. E quanto sinto medo, mais me jogo, mais me lanço ao mar, mais corro para cima, porque não quero voltar à vida de letargia.