terça-feira, 7 de setembro de 2010

Do morro, da oração - Sentir

Espelhado céu
Espalhado mar
Entre preces e súplicas no alto do morro
Meus pensamentos dissolvo
resignado sigo
dissipando a agonia
estático fico,
o rio que se movimenta
e invade, arrebenta
do sopro verde que vem
filtros de mangue
filtros de sonho
perfeito estado tranquilo
leve, solto, ensimesmado - mesmo que o som não caia bem.
Concluindo nada,
vivendo tudo,
barcos açoitando as águas em carinho absoluto.
Entre os olhares de quem não vejo,
preso ao gosto salivado,
boca latejando desejo,
corpo pulsando entre suspiros e palpitações,
caio em delírio são,
conluio de sentimentos bons,
Voz de ressoar translúcido,
onde o olhar que penso brilha,
completo, tímido, feliz e um tanto amedrontado.
E o querer sair por aí grita,
onde o ficar por aqui reina,
onde o despertar junto manda.
Entre sons do bambu chove
Espalhado céu
Espelhado mar
Um rio de rezas
Vento com gosto salivado
Do outro lado mais querendo
E bocas dizendo amém.

Um comentário:

Unknown disse...

Para mim, texto de sentido singular e, em parte, revelador. Dois momentos não me foram claros: "Entre os olhares de quem não vejo" e "onde o olhar que penso, brilha completo, tímido, feliz e um tanto amedontrado". O leitor deverá ter liberdade de interpetação ou o autor poderá explicar o sentido por ele pensado?
Grande abraço e espero continuar lendo seus textos. Que motivos não deixem de existir para que eles sejam escritos.

Parte de mim - o que vira escrita...

Os que me olham, me sentem e me acomapanham

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