sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Se te serve de consolo, que sejas então

Eu não detenho o rancor. O mar que repete o céu cinzento. Etta James cantando ‘At last’: “Tola que sou eu, por ter me apaixonado por você...”. Chegou ao fim. O choro que quer cair. Por favor, não faça isso. Engolindo a seco meu orgulho. Não vês que teu lugar é ao meu lado. Queria mesmo que tudo isso não passasse de um pesadelo e que a qualquer momento despertarei. Guardei tuas coisas com carinho após lavá-las. Desde que decidiste me dizer que eu era a outra, que eu era a amante, que tento esquecê-lo, mas não consigo, deixei-me levar por esse sentimento tolo, mas o que eu poderia fazer afinal? Se teu jeito de me falar me faz ter os nervos estremecendo, se padeço desta forma louca de querer-te a todo tempo e minhas pernas ficam bambas. “... E, oh, todas as coisas que eu havia planejado...” Mas já que nada posso fazer apenas te quero, mesmo que isso me custe não poder desfrutar de tua presença todas as vezes que eu desejar. Porque tantas vezes terei de segurar o gozo, prender minhas pernas e não me deixar molhar quando me perder em pensamentos e lembranças de tuas visitas rápidas, de nós dois pelas ruas e becos, como dois apaixonados. Não te odeio por isso, porque me prendo a tua sinceridade e nem me odeio por te amar. Pois se caí nas garras desta paixão é por que nada mais tinha a fazer, apenas estou indo conforme a correnteza. Então não diz mais nada, não relute, venha quando quiser, quando puder. Mas venha, porque estarei te esperando.

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Parte de mim - o que vira escrita...

Os que me olham, me sentem e me acomapanham

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