sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O alvo - A guerra que está prestes a ser travada - o amor

Esse estado de graça que as vezes me alegra, depois me confunde. Como se estivesse num teste de sobrevivência e a qualquer momento eu pudesse pisar numa mina e ela explodisse. E essa mina pode ser o coração, o corpo de alguém, que por um leve triz, falar, conversar explodirá uma paixão que mudará o destino de muitas pessoas que me cercam. Não consigo visualizar esse inimigo oculto, não consigo perceber pistas de onde passou, com quem falou. Não tenho um perfil desse perigo, apenas sei que está por aí, subvertendo o tempo, deslizando seu corpo nesses espaços em que ainda não estou. Mas o que tenho medo, é que esteja tão perto, tão a minha cara, que não consigo reconhecer. Em mim um frio na espinha que acontece tempo todo, mais ainda quando toca na sirene aquela música que balança meu corpo, faz espernear minha alma. Não sei o que acontecerá ao certo quando em frente ao paredão, os fuzís estiverem todos apontados para mim, se morrerei antes mesmo do primeiro tiro ou se ferverei sobre o ferro de suas armas. Nada de tristeza nessa hora, serei apenas carne exposta a mira, serei apenas espírito espasmando. Mas se essa prova de fogo for no campo e meus pés forem obrigados a ficar descalços? Que farei? Olha, não terei receio, passarei por cima de qualquer barricada, não haverá um fio de arame farpado que possa me segurar. Passarei por tudo. Morteiros irão ecoar sobre os seus avisando que eu, o alvo, estarei passando adiante, sem medo, sem se preocupar caso chegue ferido ao fim do combate. Tanques de guerra do exercito, aviões e navios, nada estará ao meu alcance, como a oração de São Jorge, estarei imune a qualquer veneno, a qualquer palavra, " ...os que tem pernas não me alcançarão...". Porque só o amor me tomará, só o desejo tornará minha carne mole e eu não poderei mais correr. E nesse momento, estarei tão fiel, tão entregue, que uma bandeira branca estará aos ventos, proclamando uma paz instantânea, mas não final, porque outras guerras serão travadas sobre os lençóis.

5 comentários:

Anônimo disse...

As almofadas do suor ébrio esperam-te.



Abraços d´ASSIMETRIA DO PERFEITO

Flor disse...

Nessas horas, é melhor respirar fundo e apenas deixar o tempo passar. Que boas energias te invadam. Bom fim de semana.

Anônimo disse...

Se deixe ser alvejado!!!
bju

Unknown disse...

belas linhas, quer dizer, sentimento sincero que confunde; alegria que entristece, tristeza que alegra. quem vai entender o sentir? já não dizem tanto por ai, o coração tem razões que a razão desconhece? nesta guerra ao ferir um soldado inimigo fere-se a si proprio; um tiro no proprio pé ou espelho que reflete alguém que parece um pouco familiar, mas que é o outro. os tanques vem vindo, as metralhadoras, os belos sonhos, os pesadelos terriveis, as paixoes incontrolaveis e... "outras guerras serão travadas"

abraços,

Flávia disse...

Pois eu gosto dessas gueras...

Parte de mim - o que vira escrita...

Os que me olham, me sentem e me acomapanham

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