domingo, 11 de janeiro de 2009

olha só - Um sorriso, um beijo

Um tempo de pensar mais. A mancha que vejo na parede do mictório em que estou me relembra uma que havia no teto de minha casa e que eu ficava olhado quando tinha insônia, aproveitando para pensar na minha vida, nas coisas que eu queria para ela. Ao mesmo tempo, saía uma fumaça do meu copo de uísque estacionado sobre a base de granito preto e eu pensava mais e mais. Eu só queria tirar a água do joelho e me veio tantos pensamentos. Mas o que mais me ocorria eram sorriso e beijo. Duas funcionalidades da boca, aquela mesma que preciso fazer falar menos, acompanhar mais os pensamentos. Mas vamos primeiro ao sorriso. Queria me entregar aquele sorriso. Olhou-me determinada vez como tantas outras e sorriu. Mas sorriu despretensioso, pelo menos é o que acho, e aquilo me fez sorrir também. Faz tempo que venho observando, que olho, que encaro e muitas são as correspondências para com o meu olhar, o meu sorriso, mas se mantém distante, às vezes me toca quando passa, mas me lembra bem a música da Ana Carolina – “Dois Bicudos”, não que eu seja um, sou na minha, sou tímido quando se fala de paquera, de chegar junto, mas creio que demonstro bastante o meu querer. Mas só sorri de longe, nada mais.

Depois veio o beijo e por incrível que pareça a música que toca agora é “Aquele beijo” da Bebel Gilberto – foi pura coincidência. Não foi a mesma pessoa quem beijou e infelizmente não fui eu quem beijou nem essa pessoa, nem outra. Mas houve um beijo após um sorriso que me marcou. Da mesma forma que acontecia comigo na noite, se olharam, sorriram bastante, dançaram como se mostrassem seus corpos um para o outro. Sorriram mais e mais, foram se encostando, até que veio o beijo, mas não foi um beijo qualquer, foi aquele que primeiro encosta os lábios durante a dança, separam-se um pouco, tornam a dançar mais juntinhos, bochechas se recostaram – e eu como mero observador, podia sentir a respiração de ambos, os corações batendo mais acelerados. E então, o beijo deveras, demorado, desejado, abraçado, sentido. Enquanto isso, eu também passava os olhos sobre a figura do meu desejo, que volta e meia me olhava, sorria e não encostava, nem eu, não beijei. Só sorri.
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Aí me pergunto: porque pensar tanto? Porque não sorrir menos? Porque não beijar?
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Mas a grande questão-afirmação, em outro momento proposta por mim aqui é:
Alguém por favor, explica onde deve ficar esse desejo.

3 comentários:

.raphael. disse...

Valeu pela visita la no blog cara. E que desejo bom é esse hein! Sabe que as vezes fico olhando pra algum ponto fixamente tb e a imaginação flui! Dever ser coisa de pisciano.

Abraço

Zingador disse...

Ah os piscianos, com se entregam, como sentem e como sofrem, heim?
obrigado também pela visita.
Abraço perfumado

Thiago disse...

adorei.
a flor do meu desejo se mostra tímida, mas está sempre aberta =)

Parte de mim - o que vira escrita...

Os que me olham, me sentem e me acomapanham

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