Como sentimento de pele, aquele que nos governa mais que qualquer religião, chegou instantâneo. Sabido de si sorveu meus pensamentos mais estranhos e me instaurou um tempo só seu, inusitado, mas só seu. “... Quando ele chegou, o estranho rapaz, seu olhar estrangeiro olhou para mim...”. Queria partir ao acaso, fugir, mas estava presa. O meu ser livre não tinha força de ir, porque não queria, porque existia um visgo forte, algo compensador, inevitavelmente ardente. “... Eu nunca tinha ouvido a fala do amor, o frio o calor, eu logo entendi que quando o rapaz, seu olhar estrangeiro olhou para mim...”. Lama profunda, aquela movediça que nos toma o corpo e a alma quer fugir, mas de alguma forma, estar protegida do mundo é mais importante que morrer ali. Não carecia me dizer nada, porque nossas peles delineavam textos imensos num papel parede sala quarto cozinha banheiro mundo vida que nada mais precisava ser dito. “... Seu olhar estrangeiro falava uma língua que eu logo entendi, senti no meu corpo uma coisa tão louca, que nunca senti...”. Por nada mais que uma noite, mas um universo inteiro cabia entre estalos e suores e a mesma lua que me deixava ouriçada agora azulava o chão e a brisa orvalhava o tempo lá fora. Tanta besteira nos prende a mediocridade e eu tão louca, tão dada aos caprichos libertinos, deixava-me levar. “... Ele olhava minha boca, ele olhava meu corpo, ele olhava em meu seio, olhava no meio, bem dentro de mim...”. Dança ritmada em som de dentro, mão pega mão pernas troncos lábios mordiscadas, era tudo sincrônico, várias fases rotatórias desse planeta nosso, endiabrados, deuses, anjos caídos num mar de sexo, lobos uivando, saltos mortais em rios de fogo. “... No princípio o perigo, depois eu olhava eu olhava, não tinha receio, desejava queria no precipício abrir minhas asas desvendar o segredo...”. Corria lavas deste nosso vulcão, até pensei em não ir não me deixar levar de fugir, mas como teria me arrependido, mesmo sem saber, eu iria me arrepender, porque estou sou devo ser mais mulher agora, sem idade sem identidade sem qualquer coisa que delimite espaços tempo atos. “... Seu olhar penetrante, invadia ofegante no meio de mim, rasgava o meu ventre o meu corpo inteiro, me vendo por fora, me vendo por dentro, do princípio ao fim...”. Para que flores, chocolates se o que me faz ferver está aqui, está no meio de tudo de mim do caos aéreo e solo fértil sendo roçado plantado chovido, sem cobranças sem aquarelas em tons pastel sorrateiro contexto de fluxo estica e puxa dança bem dançada ciranda vespertina, chamem-me por qualquer coisa nome soltem fogos de artifícios acendam-me sinto sou iluminada brilhante. “... Depois me olhou, me olhou, me olhou de baixo para cima, em cima, embaixo, dentro de mim, queimando, queimando...”. Varias vezes estive por aí mas nunca aqui desse jeito frenética forma luxúria de ser, sem culpas, sem neuras, porque sou sabida de minha leveza do pesado hábito de ser pelos outros e hoje fui sou minha totalmente minha por mais que esteja entre outro aquele esse que estranhamente me fez ser naturalmente genuinamente minha eu toda. “... O céu o inferno, o paraíso é assim, onde passou tão pouco deixou, só um rastro de fogo queimando em silêncio, o incêndio do amor.”Assim como feixe de luz, como mata pegando fogo e os bichos correndo para todos os lados, loucos, desvairados, amedrontados, mas eu não, eu loba, eu selvagem fico sem medo, enfrento, sigo adiante, mesmo sabendo que amanhã estarei queimada ferrada como gado marcada para sentir sempre a falta deste lobo mau bom demais que me inundou de tantas águas enchente barragem no sertão de flores.
sábado, 29 de maio de 2010
Aquele jeito lobo tolo de ser (Fêmea)
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Aquele jeito lobo tolo de ser (Macho)
Penumbra proposital no bar do cais. Um jazz antiquíssimo, as vozes estridentes de duas mulheres numa mesa ao fundo. Saí com intenção de me perder por aí e me encontro aqui, entre doses de conhaque e solos de trompete. Aquele jeito lobo tolo todo de ser me voltou com mais força, de querer se confundir com a noite, de espiar a lua, justamente essa que vem deixando a madrugada azulada e o mar mexido. Não sei bem o que ocorrerá daqui pra frente, já que esse hemisfério de pensamentos é tão desnorteante. Existe muito calor e muita roupa. Aquele gosto ainda persiste e quero matar o desejo de continuar sentindo por mais tempo, mas o cordeiro não pasta por esses lados há um tempo e não tenho como saciar a sede de saliva e suor. Eram outros tempos na última lua cheia, era verdadeiramente estado de consumição. Corro no banheiro, lavo as mãos, cheiro de erva-doce, esfrega-esfrega, enxágue. Volto à mesa, novo gole, lembro que não comi nada e nem ninguém, por isso este mau-bem estar, por isso o enevoado, o enervamento quase comunista. Ah! Essa vista de mar revolto está me deixando fora de mim, quero sair, quero sumir, perder-me como então era a proposta original. Lobo feroz me corroendo a pele de cordeiro esquecido. Quero ataque, quero elegância ao passo dado, nada de um equador me dividindo, separando-me do ato de matar a fome, a sede. Vamos ao que interessa, avante com uivos loucos e altos. Não sou querelante, sou do ato, do dado, do ser, então vamos ao que tem de ser, solto, selvagem e chega de ser falante.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
O fim do amor. O fim de Clara.
Sobre a cama suspirava a espera daquela que entrou no banheiro. Era um momento tão esperado por ele. Preparou-se tanto, ensaiou o que diria, porque normalmente as palavras lhe teimavam em não sair da boca, embaralhavam-se, destoantes, confusas. Mas até então tudo corria perfeito, conseguiu imaginar bem as perguntas e falas daquela que neste momento demorava por demais em seu banheiro, por isso disse tudo de forma clara, pausada e coesa.
Desde pequeno nutria um amor por ela. Adorava seu sorriso, apressava o passo para poder sentir seu cheiro no vento que ficava. Estava sempre por perto, protegendo-a de tudo e todos. Era sua chance de tê-la, de estar ao lado, de poder tocar-lhe os cabelos longos e macios. Não cabia dentro de tanta felicidade, de tamanho êxtase. Seguiu-a depois de que ela saiu de um bar, cambaleando pelas ruas do centro da cidade. Ofereceu-se para lhe acompanhar até em casa, mas ela dissera que não queria ir para a dela e perguntou languidamente se ela poderia dormir para a dele. Respirou fundo, pois isso não estava em seu script e de uma forma rápida e certeira disse que sim. Ela o beijou demoradamente com um gosto muito forte de tequila. Ele empalideceu, mas retribuiu o beijo. Caminharam vagarosamente até o carro e seguiram.
Ali estavam a mais de quarenta minutos. Ele ávido por ela, por dizer o quanto a amava, o quanto deseja por essa realização, esperando quase que tranquilamente na cama. Quase, porque todo esse tempo ela estava trancada no banheiro. Não aguentando mais a consumição da espera foi até a porta e bateu suavemente, chamando-a:
- Clara! Clara! Está tudo bem?
(Silêncio)
- Clara? Posso entrar?
(Silêncio)
Ele entrou no banheiro e viu sua clara deitada no chão, deitada não, caída próximo ao vazo sanitário, com o rosto roxeado. Agarrou sua Clara, balançou, sacudiu, gritou seu nome, mas ela já não respondia mais, não falava mais, não respirava mais, não poderia mais dar continuidade ao encontro. Clara estava em outra. E por isso ele não esperava, para isso ela não tinha ensaiado. O que fazer? Como proceder com essa situação, com Clara, com o seu amor?
- Claraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa.
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Amor à mesa posta – Oferta de tempo – Provisório/Definitivo
Faça de mim uma mesa grande e vasta. Ponha sobre ela tudo que for possível ser feito com o livro de receitas da tua mãe. Convide todos que tu ostentas como amigos e me oferta. Vai, faz isso. Porque já não sei mais onde me encontro, já não sei mais porque insisto em ser tão dada aos teus caprichos. Havia um tempo em que éramos somente nos dois, sem meandros, sem anexos, sem essa rotina-absurda-de-muito-trabalho. Um dia desses estávamos sob os lençóis e nosso amor consumia todo o nosso tempo. Hoje, o tempo pouco que nos resta não consome o meu desejo em te ter e tenho de me calar, suportar, porque me jogas na cara que tudo isso é em meu favor. Mas quando saí de casa para me ater ao teu amor, ouvia de ti muito de romance, de construir uma vida feliz, baseada na conversa, no diálogo e onde estamos? Responda-me! Melhor não. Cale-se, resuma-se ao seu bojo, porque sei que descarregarás sobre mim tanta hipocrisia que me dará ânsia de vômito. Por quê? Sei que sou uma boa mulher, esposa, mãe de família, amante. Por quê? Apesar de recatada na frente dos outros, sempre fui o furacão que te roubava as roupas e te rodopiava e derretia em suores quando estávamos a sós. Por que deixaste de ser o homem que trazia flores, que me pegava por trás enquanto eu lavava os pratos depois do jantar? Não vês que diante desta tua megalomania, desta tua ganância estás jogando fora algo supremo e divino que é o nosso amor? Porque homem, por quê? Será que não sentes quando deitas que eu estou ansiosa por teu toque, por teus beijos, pelo teu cheiro? Mas não, pelo contrário, pensas que sou um objeto a tua disposição e me usas ao teu modo, vira e dorme. Quanto de ti se perdeu. Quando daquele homem que me apaixonei pode existir dentro de ti? Não sei até que ponto quero continuar nesse contexto aguado de feijão ralo que tu odeia e agora faz das nossas vidas. Queres voltar para a festa? Pois vai, volta, volta para esta recepção que eu preparei que eu arrumei que eu cozinhei junto aos empregados. Vai, porque tu és rei, não é verdade? Mas sem tua rainha aqui, nada disso estaria do jeito que estás. Agora vais sabendo que isso chegou há um fim, não dá mais para mim. Acabou. Não quero mais ser tua marionete, teu fantoche de louça chinesa que usas para atrair a atenção dos outros, porque no fim das contas, tu não tens brilho algum e fui eu quem te colocou onde estás, eu quem te transformou em quem és e fui eu, euzinha quem dormiu com teu patrão todos esses anos para que ele te desse o cargo que tu tens. Porque desde o início ele correu atrás de mim e para te ver feliz eu fui capaz disso, para te ver onde estás eu tive que engolir a seco meu orgulho, mas esse foi meu grande erro, ter feito o teu jogo, a tua vontade. Então vai pobre homem, vai, porque não vales mais um mínimo esforço meu. Acabou. Chega desta agonia pré-determinada. Chega.
sábado, 22 de maio de 2010
Sobre todas as estações, somos primavera.
Venha! Mas venha de qualquer lugar. Arranca essa erva daninha dor de minha vida, de meu corpo, porque já não suporto mais cair em desespero. Por pior que sejam os sentimentos, sempre me entreguei a eles, mas agora já não há mais razão alguma para sofrer. Esse jardim que sou precisa ser cuidado, adubado, está pronto para florir, encher-se de girassóis. Espantei os corvos, mas as ervas daninhas ainda crescem, porque minhas mãos não têm forças para arrancá-las e minhas lágrimas não caem para que eu salgasse o solo destas invasoras. Venha! Mas venha a qualquer momento, a toda hora, todos os dias. Não me deixe mais sozinho, esperando a primavera, porque sei que juntos podemos sê-la em qualquer estação. Entre catléias, dendróbios, bromélias, acácias, margaridas e todas que quiser plantar. Mas venha! Porque os pássaros querem se chegar e para isso, preciso que você seja a fonte de água limpa onde eles irão beber e se banhar. Venha! Mas não precisa avisar, chegue rápido, sorrateiro, de qualquer maneira, mas venha. Precisamos de vocês espantando as pragas do nosso jardim, as aves de rapina, os roedores. Precisamos. Venha! Entre em casa e ponha a 5ª sinfonia e fique descalço sobre essa terra que anseia por teus passos. Poda as roseiras, elas precisam disso para crescer mais floridas. Os beija-flores só esperam por você para aninharem-se nos galhos da pitangueira. Mas venha. E no verão, inundarás metro quadrado por metro quadrado de tua água limpa e fresca. Os flamboyants estarão dando um tom alaranjado ao mundo. E quando despontar aquela chuvinha haverá um perfeito arco-íris para te deixar mais alegre. Venha! Chegue como vento brando que espalha sementes, como noite largando brisa. Mas venha! Porque nossos dias ficarão mais plenos, mas venha logo, porque o primeiro passo é tirar essas ervas daninhas. Venha!
quinta-feira, 20 de maio de 2010
terça-feira, 18 de maio de 2010
As badaladas do sino da igreja às dezoito horas.
- Fim de tarde estranho... Mas tranquilo por demais.
Foi à última frase que disse. Eu não prestava muita atenção ao que ele vinha dizendo, mas justamente nesse momento parei de costurar e voltei para dentro de mim, até então eu divagava com meus pensamentos e sua voz passava como pano de fundo de um filme vagabundo qualquer.
- O que disse papai?
(Silêncio)
- Papai? O que o senhor estava dizendo?
(Silêncio)
Enquanto repetia a pergunta, nada de resposta, havia o canto de um pássaro do lado de fora, acho que era um cardeal ou um pássaro preto, esses sempre gostam de cantar no fim de tarde. Papai tinha essa mania de dizer coisas vagas. Sempre que eu começava a costurar ele dava a falar. Gostava de lembrar-se de quando mamãe estava viva, de como eu era sapeca, levada até por demais. E infelizmente, gostava de lembrar-se da Sophia. Como é que pode, depois de tantos anos que aquela idiota nos deixou aqui, ele ainda se lembrar dela, gastar seus pensamentos com uma filha desnaturada que largou o pai e a irmã, sem notícia alguma. Passaram-se doze anos e a filha de uma égua nunca fez uma ligação. Não sabemos onde, como, com quem está. Nada. Sumiu. Silenciosa como sempre foi. Aquela serpente.
- Papai, o senhor está me ouvindo? A sua serpentinha não irá voltar. Entendeu? Não irá voltar. Deve está gorda, feia, amofinada em um lugar sujo, com um homem que bate nela. Entendeu? Pode ser que tenha tido uns seis filhos, abortado outros quatro, porque ela nunca prestou. Nunca.
E o que mais me irrita é o fato dele ficar calado enquanto eu sujo o nome da filhinha dele. Sempre é assim. Afinal, ela sempre foi a preferida, a filha mais carinhosa. A mais mimadinha do papaizinho.
- Mais a sua filhinha da putinha preferidazinha não cuida do senhor. Ela te abandonou, assim, na sarjeta como senhor está. Sem poder se levantar, só virando os olhos e falando sem ser entendido. Seu velho gagá. Entendeu? Euzinha aqui é quem lhe aturo. Não é a Sophiazinha não. Entendeu? Papai? Estou falando com o senhor, não vai resmungar não? O sino já está badalando as dezoitos horas, tá ouvindo. Quem é que vai lhe dar seu mingau? Quem? O senhor não vai dizer nada? Papai? Papai? Porque o senhor não está respirando? Quer me dar um susto é seu velho safado? Papai? Não. Papai? Vai me deixar é? Você também vai me deixar, igualzinho a sua filhinha Sophia? Não me deixe papai! Não me deixe.
domingo, 16 de maio de 2010
Sabedoria água com açúcar em dias de trovoada
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Sábio círculo humano entre signos e sinais desnudos
terça-feira, 11 de maio de 2010
Lata D'água
“Dono da casa boa noite, boa noite...”*
Da terra seca, onde chuva no céu desponta alegria de vida,
força plena de ter o pão à mesa,
cuidar do gado, cuidar dos filhos,
quando a noite cai o trabalho não termina...
Mas vamos lá, a vida tem de ser vivida,
alegria sempre, então samba, samba,
lata d’água cheia de samba,
ecoando aos ventos os cânticos (súplicas) a Deus, à natureza.
Samba, Samba.
domingo, 9 de maio de 2010
Limpando tudo
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Nos dias de maio
Em maio os pensamentos vêm e vão, os ventos mudam constantemente e trazem novos cheiros, as cores que se perpetuam são mais vivas e os tons predominantes são o azul e o amarelo. Nos dias deste mês, as portas estão abertas e nos chamando para entrar e agarrar as grandes chances da vida. As pessoas que se aproximam do nosso ambiente de convívio querem amizade verdadeira. As conversas não são fúteis e se discute política, religião e futebol sem brigas. E todos falam através de poesia. Nos dias maiano o canto dos pássaros é enaltecedor, as noites são mais estreladas, o sol brilha mais intensamente, mas não maltrata e o sabor das gotas de chuva é mais adocicado. Nos mesmos dias, o verde das matas aumenta, praias, rios e mares se tornam mais limpos. Os cometas são fogos de artifício estourando e sendo vistos pelos povos. Os animais da lista de extinção começaram a se reproduzir, e os que desapareceram – assim como as plantas, depois da nova ciência de maio – reapareceram. Os metais voltaram a existir em suas jazidas e os homens não se matam por elas e também não morrem de sede e fome, porque há emprego para todos. Os campos são extremamente produtivos e não há mais sem-terras. Nos dias de maio, todos os dias são realmente lindos e bem vividos e as fronteiras foram extintas, porque todos os homens vivem em paz, todos se respeitando independente de credos e raças. Nos dias de maio, o amor está acima de tudo, porque ele é o alicerce destes sonhos dos dias de maio, que um dia se realizará, só que em todos os dias, de todos os meses, de todos os anos e séculos subseqüentes.
terça-feira, 4 de maio de 2010
Ópera das súplicas - Canção de sorver
domingo, 2 de maio de 2010
Entre tudo aquilo pouco demais constante (Encore)
Parte de mim - o que vira escrita...
-
▼
2010
(100)
-
▼
maio
(14)
- Aquele jeito lobo tolo de ser (Fêmea)
- Aquele jeito lobo tolo de ser (Macho)
- O fim do amor. O fim de Clara.
- Amor à mesa posta – Oferta de tempo – Provisório/D...
- Sobre todas as estações, somos primavera.
- Poesia Falada
- As badaladas do sino da igreja às dezoito horas.
- Sabedoria água com açúcar em dias de trovoada
- Sábio círculo humano entre signos e sinais desnudos
- Lata D'água
- Limpando tudo
- Nos dias de maio
- Ópera das súplicas - Canção de sorver
- Entre tudo aquilo pouco demais constante (Encore)
-
▼
maio
(14)