sábado, 22 de maio de 2010

Sobre todas as estações, somos primavera.

Venha! Mas venha de qualquer lugar. Arranca essa erva daninha dor de minha vida, de meu corpo, porque já não suporto mais cair em desespero. Por pior que sejam os sentimentos, sempre me entreguei a eles, mas agora já não há mais razão alguma para sofrer. Esse jardim que sou precisa ser cuidado, adubado, está pronto para florir, encher-se de girassóis. Espantei os corvos, mas as ervas daninhas ainda crescem, porque minhas mãos não têm forças para arrancá-las e minhas lágrimas não caem para que eu salgasse o solo destas invasoras. Venha! Mas venha a qualquer momento, a toda hora, todos os dias. Não me deixe mais sozinho, esperando a primavera, porque sei que juntos podemos sê-la em qualquer estação. Entre catléias, dendróbios, bromélias, acácias, margaridas e todas que quiser plantar. Mas venha! Porque os pássaros querem se chegar e para isso, preciso que você seja a fonte de água limpa onde eles irão beber e se banhar. Venha! Mas não precisa avisar, chegue rápido, sorrateiro, de qualquer maneira, mas venha. Precisamos de vocês espantando as pragas do nosso jardim, as aves de rapina, os roedores. Precisamos. Venha! Entre em casa e ponha a 5ª sinfonia e fique descalço sobre essa terra que anseia por teus passos. Poda as roseiras, elas precisam disso para crescer mais floridas. Os beija-flores só esperam por você para aninharem-se nos galhos da pitangueira. Mas venha. E no verão, inundarás metro quadrado por metro quadrado de tua água limpa e fresca. Os flamboyants estarão dando um tom alaranjado ao mundo. E quando despontar aquela chuvinha haverá um perfeito arco-íris para te deixar mais alegre. Venha! Chegue como vento brando que espalha sementes, como noite largando brisa. Mas venha! Porque nossos dias ficarão mais plenos, mas venha logo, porque o primeiro passo é tirar essas ervas daninhas. Venha!

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Parte de mim - o que vira escrita...

Os que me olham, me sentem e me acomapanham

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