O feio. A parte esquecida, àquela que destoa que não voa dentro do pensamento por não ser belo. Mas sabe de uma coisa, felicidade está no feio. Amor está no feio e acabei me lembrando de uma frase que um amigo sempre citava:
“Quem ama o feio bonito lhe parece.” E agora isso tudo possa fazer um pouco mais de sentido, porque assim como em algum momento disse, às vezes faz-se necessário entender que o espinho é tão belo e importante quanto a mais perfeita rosa e que seja para reforçar a beleza da rosa ou mesmo a sua própria beleza de proteger a frágil flor. Assim vi, assim vejo, assim penso.
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Coisas absurdas acontecem quando estamos presos há um ponto. Parece que tudo desaba que o mundo não nos quer mais dentro dele, que se existia como todos os problemas se encontrarem, o momento era esse e estamos no meio de uma encruzilhada fedida de despachos e oferendas. Mas sabe o que é isso? A vista de um ponto. É o fato de estarmos com o foco somente sobre o problema e a necessidade de nos fazermos de coitados é tão grande que esquecemos que somos grandes, fortes e que a solução está ao alcance das mãos. É, é assim que as coisas acontecem, é assim. Porque mesmo que eu escrevi isso?
Vou contar uma coisa. Não, vou contar duas. Melhor não. Não, vou contar sim. Mas porque deveria contar? Que importa, a quem importa? Ontem eu disse não a mim mesmo. Engraçado isso. Porque é difícil nos dizermos não. Mas um NÃO grande, absoluto, tão certo de si que não temos coragem de questionar. Sabe?
O que é tudo isso que assusta que não parece ser que parece mancha, borrão, que nos indaga e nos arrebata? Coador de pano cheio de borra de café, boca escurecida de muito cigarro e os pensamentos fervilhando a cabeça. Não. Não. Passou o tempo, isso é passado, isso... Hoje é dia de boa música, de festa, de gozo, de estar bem consigo. Hoje é céu de paixão, hoje é um dia que não acaba, porque hoje é sempre, e aquilo tudo que só gastava tempo passou. Agora, que é hoje, sempre, é certeza, é fato, mãos dadas, é oração. Hoje é dia de ver tudo, de todas as formas, ver e sentir que não somos brinquedinhos e pedrinhas, somos gente, somos flores ou quem sabe espinhos, mas somos, porque o importante, o mais importante é que sabemos o quanto somos essenciais, verdadeiros, e que, e que, e que, ah! Que somos humanos e precisamos ser mais humanos, mas detentores de nossas vidas, de nossos anseios, de nossos sentimentos, que fazemos questão da verdade, e da mais pura verdade, mesmo que ela possa doer, mas ela se faz necessária, sempre.
Hoje, hoje, sempre, hoje, saberemos dizer não a nós mesmos, absolutamente certos de que o fazemos para o nosso bem e claro, teremos de dizer não há algumas pessoas, porque também é importante. Mas, porém, todavia, entretanto, que saibamos, hoje, hoje, sempre, dizer SIM a vida, ao amor, a consciência limpa. Dizer sim a amizade, ao beijo, ao vento, a chuva, dizer sim a nós mesmos, porque no fundo, no fundo, estamos sempre deixando de nos fazer algo. Vamos viver. Vamos encontrar mais a poesia, a beleza, a imagem, ouvir mais o tempo. Tempo. O nosso tempo: hoje.
Um desarrumado jeito de ver as coisas e as imagens de Saulo Brandão. Apreciem seu espaço, suas fotos, seus textos. Um grande amigo e parceiro de projetos.
Todas as fotos foram retiradas de seu blog, com a devida autorização.
2 comentários:
Que lindo o seu texto! Visitarei sempre.
abç
Obrigado por suas palavras, obrigado pelo carinho. Admiração é um sentimento que une pessoas; fiquei muito feliz pela homenagem porque admiro muito seus textos e sua simples forma sábia de se expressar. Eu não sou muito bom com palavras direcionadas, prefiro o oculto das imagens e você entende justamente o que quero passar com meus cliques. Sensibilidade é o olho da alma e é algo que todos deveriam exercitar mais. Enfim, mais uma vez te agradeço pelo reconhecimento. Grande abraço.
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