sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Basta ler e apagar

Fechando um ciclo, outro que pensei já ter fechado, Mas preciso antes de mais nada mostrar algo.

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Um dia, certo dia, naqueles dias em que se toma um porre monumental, e eu adoro tomá-los de vez em quando, porque ... (Não, basta de porquês) então, continuando, numa dessas cachaças da minha vida tomei uma decisão de não mais alimentar um amor que eu tinha, mas a intensão era matá-lo mesmo, sem ar, sem água, sem sol, sem adubo, sem nada, nem uma lágrima sequer. Precisava fazê-lo murchar, secar, perecer. Consegui depois de um bom tempo. Volta e meia lembro desse amor, até choro, mas é só lembrança, não vive mais não ser em lembrança.
Pois bem, anos se passaram e aquele menino, aquele que já me referi outras vezes, "o mesmo-menino-bicho-grilo" amante incondicional, apaixonado, romântico ao extremo (Como diz a Roberta Albano: "dramático, pior do que os do século XIX" acho que é isso), ele continuava acreditando em tudo isso por fora e até por dentro, mas em seu subconsciente, ele (Euzinho aqui) fazia com que as coisas não passassem de certo ponto, sem afastando as novas experiências, as novas paixões.
No ano passado, alguém, conseguiu ultrapassar essa linha imaginária equatoriana no meu íntimo, não sei como, mas conseguiu, ou porque eu permiti mesmo sabendo do risco, ou porque arranjou uma forma de penetrar em meu peito com seu sorriso de canto de boca e seu jeito aéreo. Enfim, o zingador esteve apaixonado, esteve entregue, esteve dado por demais, mesmo sabendo que não poderia esperar por muito, e talvez essa fosse a questão, por isso ter se permitido a tanto. e como era esperado, não houve muito além, houve bons momentos sim... Mas acabou, fechou-se o ciclo.
Não precisava dizer tudo isso, não precisava mesmo. Mas aí então, recebi um e-mail, que cortando algumas partes, está aqui:
"Oi Plínio,
desculpa estar te escrevendo, mas só queria dizer que teu último post...
Bom, adorei a forma como se expressou e as palavras... a forma com a qual me 'conectei' com as palavras e o sentimento por detrás de cada uma e a música de Sarah Vaughan então.
Ah, esquece. Só queria agradecer pela sensação que senti ao ouvir a música e ler suas palavras..."
Não nada de mais no que está aí em cima, não nada de mais mesmo.
Mas tenho uma vontade enorme de gritar, de dizer que sou gente, que sou humano, que me apaixonei, que estive aberto, coração pulsando, que poderíamos ser felizes juntos, que se houvessem desafios estaria ao lado, derrubaríamos as barreiras, as dificuldades. Que amava beijar-lhe, ver seu sorriso de canto de boca, que mesmo odiando cócegas, eu adorava quando brincava assim comigo, que eu esperava todo o dia para te ver a noite, que odiava os fins de semana porque não podia te ver, que cada minuto ao seu lado era precioso, mesmo que fosse pra ficarmos calados. Que a vista do mar era perfeita, mas era mais perfeita porque estava ali te esperando chegar. Que quando nos abraçávamos eu tremia por dentro, eu queria não soltar mais, eu queria... Ah, eu sei que entrei numa enrascada, mas era você, foi de repente, me pegou, e eu tive medo, eu te disse que tinha medo, mas venci esse medo, me permiti viver, me permiti gostar, e acabei me permitindo sofrer de novo e sabe da grande verdade, eu é que posso te agradecer, porque ao final de tudo eu percebi que estou vivo, que posso amar de novo, que eu não sou frio, gélido, incapaz de sentir, de sofrer, de me apaixonar, de me esbaldar de amor.
Eu é que te agradeço.
Muito obrigado mesmo!

10 comentários:

Van disse...

E a minha resposta, já sabes....... Dessa vez, não será um comentário e sim um post, dedicado a você. Está lá no VAN FILOSOFIA!

Amar é sempre recompensador. Ensina, eleva, mesmo que doa, mesmo que sangre. Nunca será em vão.

Beijucas, AMADOR.
;)

Roberta Albano disse...

Provavelmente vc nunca esteve frio ou vazio.
Você é um escritor
Escritores não escrevem sem sentimento

e tudo questão de equilibrar a razão e a emoção, mas... isso é bem impossivel pra non do sec 19 naom?
hehehe

Márcio Ahimsa disse...

Caramba, meu caro Zingador, que história legal, mesmo que no fim, os caminhos tomaram outros rumos, enfim, vale sempre a pena quando algo acontece dentro da gente, quando há uma transormação, uma sensação de bem estar.

Bom, és um forte que sabe sentir. Isso é importante.

Abraços, amigo.

Anônimo disse...

Eiiii!
Conhecendo seu espaço agora...
Peço licença para escrever algumas palavras.
Neste primeiro contato com seu blog, já encontrei um pedaço da minha alma! Tem um tanto de mim no que vc escreve.
Este "danado" e desejado amor é o que nos movimenta e nos faz sentir vivos. Os amores são como bolinhas de sabão: multicoloridas, livres mas que em algum momento estouram... Daí faz-se necessário criar novas bolinhas, talvez mais belas que as anteriores!
Abraços de LUz

:.tossan® disse...

Encheu meu olhos...
E acabei sorrindo...
E disse: Gostei!

Abraão Vitoriano disse...

tem uma “coisinha” pra você no meu blog... corre lá... abraços!

Solange Maia disse...

uma sensação de voyer tomou conta de mim agora... é a primeira vez que venho aqui, amei, não pude parar de ler... é tanto amor, é tão intenso, é quente... e eu aqui, olhando tudo...
Que belo !
Tão real, tão todo mundo...
Parabéns !
Quando der visite meu blog também :

Beijo !
Solange Maia

http://eucaliptosnajanela.blogspot.com

Dauri Batisti disse...

Vim agradecer o selo. Já passei aqui algumas vezes. Agora parei para deixar meu recado. Muito obrigado. Obrigado pela visita ao ESSAPALAVRA e pela simpatia de me oferecer logo um selo. Quero olhar com demoras o seu espaço.

Um abraço.

Anônimo disse...

parabéns garoto, muito bom o teu texto.

sorte e luz.

Neo disse...

E daí que a gente persegue (ou espera) este tal amor, torcendo para que ele traga junto de si a tal ta felicidade plena...
E daí também que a gente aguarda esta felicidade plena como se fosse a única forma de vivência, além da sobrevivência de cada dia...
E daí mais uma vez que por causa do tal amor e da tal felicidade plena a gente sofre se o amor não dá certo, porque se ele falha.. parece que falhou tudo. E o que estava tão perto, parece escapar pelos dedos junto com as lágrimas que brotam instantaneamente...
E daí que a gente chora por se dar conta que tem que começar tudo de novo. Mas a dor é tão grande que sufoca o grito que a alma materializa pra dizer que ela também pulsa, como o coração, como o corpo que vive e espera desesperadamente pela felicidade, que só é possível com este tal amor...
E daí que quando olhamos estamos de volta ao começo...

Belo texto. Entendi você perfeitamente...

Neo
Todos os Sentidos.wordpress

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