quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

aqueles tempos

Um vento forte espalhando toda essas folhas secas por aí e nenhum esforço que eu faça é suficiente para juntar tamanha bagunça. As paredes estão gastas do tempo e pelos respingos de chuva que volta e meia caem por aqui. Sempre penso em cortar essa amendoeira da porta de casa, mas desisto e na primavera as folhas tornam a cair. Lembro de minha infância em que minha boca ficava roxeada de tantas frutos que comia e dos dedos escurecidos de quebrar os caroços para tirar as amêndoas. Tarde chuvosas em que procurávamos não ficar em baixo da árvore, com medo dos raios e trovões. Mas tanta coisa se perdeu, a infância se foi, a maioria dos vizinhos cortaram suas amendoeiras e eu resisto, insisto em ter folhas secas em minha calçada, um capricho saudosista. Ainda mais quando ponho o disco do Bernard pra tocar e lembro de minha amada mãe, dos nossos sábados de faxina, da cera no taco, do cozido de carne fresca, do cheiro de casa limpa. Bons tempos te outrora, bons tempos.

Nenhum comentário:

Parte de mim - o que vira escrita...

Os que me olham, me sentem e me acomapanham

Contador de visitas

Contador de visitas