domingo, 14 de dezembro de 2008

A música e o beijo de Bentinho e Capitu


Eu queria me desnudar de tudo, tirar máscaras, roupas, qualquer tipo de sentimento, fosse bom ou ruim e entrar nessa história de uma só vez. Não que tudo isso esteja para mim porque está na moda. Não sou adepto de modismos, apesar de as vezes consumi-los. Mas é que é tão bom ver veracidade e fidelidade com uma obra. Ler é uma primazia, é se entregar a mundos distantes, vivenciar, criar, imaginar, ser vilões, rainhas, príncipes e princesas, dar vida ao elo do consciente com o inconsciente.

Mas volto a falar de Capitu... Ah esses olhos de ressaca!

Como numa vida cheia de pecados, eu cometesse todos, e todos ainda fossem pouco para descrever, viver e ser tão humano e tão real.

O sorriso de Bentinho quando menino, de uma leveza sem igual, sem ser pretensioso, sem ser malicioso e dentro de sim um amor, uma paixão e sentir o cheiro dos cabelos da amada é como se perder no ínfimo momento de um olhar e entender tudo.

Um violino que é tocado e uma ópera assim começa, um simplório beijo, um novo olhar e quanto mais aumenta o ritmo dessa ópera mais corro e percorro cenário imaginados, sustentados pelo vento e perpetuado no vazio.

Por mais áspero que pareça ser me jogo nesse meio e não ouso interferir, apenas olho, vejo, escuto, ouço e apenas toco nos cabelos encaracolados de Bentinho ainda jovem. Daí, parto numa corrida louca para não perder nada, estar em todos os lugares ao mesmo tempo, como música, como essa linda música que escolheram para a trilha sonora, poderia ter sido qualquer outra e outras tantas, mas essa música perco o fôlego consegue chegar onde justamente imaginava, ela sempre fez parte dessa história e eu nunca tinha ouvido. E como nela mesmo se diz: "...que comecem as estações..." E em todas elas estarei pensando em Bentinho, em Capitu, ainda jovens, apaixonados, dentro de uma poesia sem fim, sem medos e sem receios. "...que derrubem o grande rei..." E o amor possa reinar, que todos os pecados se curvem e todas as virtudes também. E pelo meio desses passem Bentinho e Capitu, correndo, felizes e sorridentes.

Não vou mais me adiantar e prolongar, um dia poderei falar mais, falar de Escobar, de José Dias, Dona Glória, Tio Cosme e Prima Justina... Mas agora me basto com essa música e um beijo final de Capitu e Bentinho e o não fim.

3 comentários:

Danielle Freitas disse...

Perfeito, vc arrasa!

Thiago disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Thiago disse...

A música, o beijo de Bentinho e Capitu e você, que está tão envolvido com tudo o que assistiu. Fico feliz que tenha aprovado a adaptação. E feliz por ver que ela te inspirou a escrever coisas tão bonitas!

Abraços from MT!

Parte de mim - o que vira escrita...

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